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Zenfone 2: mais hardware por menos dinheiro (mais 3 notícias)

Zenfone 2: mais hardware por menos dinheiro (mais 3 notícias)

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Zenfone 2: mais hardware por menos dinheiro

Posted: 20 Aug 2015 05:00 PM PDT

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Em 2014, a Asus conseguiu fazer uma bela estreia no mercado brasileiro de smartphones. Num segmento que era totalmente dominado pela Motorola, a taiwanesa, até então pouco conhecida pelo público em geral, conseguiu lançar dois aparelhos com relação custo-benefício que agradaram bastante: Zenfone 5 e Zenfone 6. Eles tinham preços muito atraentes para o hardware potente que ofereciam.

Um ano depois, a Asus está querendo repetir a história com o Zenfone 2, um smartphone mais caro, mas que possui hardware ainda mais poderoso — e com o chamariz dos exagerados 4 GB de RAM, uma característica inexistente na faixa de preço que o aparelho da Asus será vendido no Brasil, de R$ 1.299 a R$ 1.499. Vale a pena? Depois de algumas semanas com o Zenfone 2 em mãos, conto tudo nos próximos parágrafos.

Design e tela

A Asus manteve a identidade visual que usou nos Zenfones anteriores. Isso é bom, porque o design da marca passa uma boa impressão: a base com linhas concêntricas reflete a luz de maneira elegante, e o aparelho não tem cara de ser "barato". Mas isso também é ruim, porque os velhos problemas foram mantidos (e alguns novos foram adicionados).

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A traseira do modelo que testei é feita de plástico na cor grafite com acabamento "escovado", lembrando bastante o LG G3. Os pequenos relevos sentidos ao toque dão a impressão inicial de que a aderência não é boa, mas na prática o aparelho não se mostrou escorregadio. A leve curvatura também ajuda na ergonomia do aparelho, que encaixa melhor nas mãos.

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Ao mesmo tempo, a Asus manteve as bordas anormalmente grandes em volta do display, fazendo um smartphone de 5,5 polegadas ficar ainda maior. Somando a largura desconfortável à espessura (10,9 mm no ponto máximo), a pegada não ficou boa. A localização do botão liga/desliga, no topo do aparelho, não faz sentido num phablet, é muito antiergonômica. A boa notícia é que você não precisará apertá-lo, já que a Asus fez boas modificações no software, que detalharei adiante.

Já a tela do Zenfone 2 agrada, embora não seja perfeita. É um painel IPS LCD decente, com ângulo de visão satisfatório e excelente resolução (1920×1080 pixels), mas que peca na falta de brilho — se você colocar o Zenfone 2 ao lado de outro aparelho equivalente mostrando uma tela branca, o aparelho da Asus quase sempre terá o display mais escuro. Você não terá problemas ao usar o Zenfone 2 em ambientes internos, mas talvez precise fazer algumas sombras com a mão em dias ensolarados.

Software

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Eu já disse algumas vezes que gosto da personalização da Asus: a ZenUI é bastante modificada em relação ao Android original, mas não prejudica o desempenho, ao menos nos três smartphones da Asus que testei até agora, e traz diversos recursos que são úteis e melhoram a experiência de uso. O problema é que a interface da Asus está cada vez mais poluída e o Zenfone 2 traz uma série de apps novos de utilidade questionável; é um retrocesso em relação à geração anterior.

Esse problema ficou mais evidente para mim depois da chegada da Xiaomi ao Brasil e sua MIUI. A diferença básica entre MIUI e ZenUI, ambas muito diferentes do Android original e trazendo funções adicionais bacanas, é que a Xiaomi conseguiu integrar tudo de forma harmônica, com ícones e interfaces que conversam entre si. Na ZenUI atual, minha impressão é que tudo está bagunçado e jogado, reforçando a sensação de que há um monte de crapware — as boas mudanças são ofuscadas pelos desleixos.

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Olhando pelo lado bom, há o Gerenciador de Arquivos, que integra suas contas do Dropbox, Google Drive e OneDrive no mesmo local e permite copiar arquivos entre eles; o Asus Backup, que faz cópias dos dados de aplicativos a sua escolha (e provavelmente agradará a quem já usou o Titanium Backup); e os aplicativos Link, para controlar seu smartphone remotamente a partir do computador.

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Entre os aplicativos pré-instalados, a Asus colocou um antivírus da Trend Micro, o limpador Clean Master (num smartphone com 4 GB de RAM, e olha que há outro otimizador nativo da Asus pré-instalado), o leitor de revistas Zinio, atalhos para joguinhos de demonstração, um ícone para um papel de parede animado (?) e redes sociais próprias, como Omlet Chat e ZenCircle, que fazem pouco sentido num mercado onde WhatsApp e Instagram estão mais que consolidados.

Há boas funcionalidades embutidas no software da Asus. Você não precisa usar o botão liga/desliga posicionado no topo: para ligar a tela, dê dois toques nela; para desligá-la, dê dois toques na barra superior. E você pode usar gestos: ao desenhar um “C” na tela desligada, por exemplo, o aplicativo da câmera será imediatamente aberto. Também é possível definir letras especificas para cada aplicativo.

Outra sacada interessante é o fato da ZenUI ter sido desmembrada em várias partes. Isso é importante porque, embora a base do Zenfone 2 continue sendo o Android 5.0, a Asus consegue distribuir rapidamente correções de segurança para os aplicativos nativos pela Play Store. A taiwanesa também costuma lançar pacotes de atualizações com frequência — foram pelo menos dois nos últimos 30 dias em que fiquei com o aparelho.

Câmera

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A câmera do Zenfone 2 entrega resultados satisfatórios dentro da faixa de preço. Não é uma câmera de topo, mas é uma câmera que entrega fotos aceitáveis, com nível de ruído controlado e cores fortes. Além disso, o aplicativo de câmera da Asus é bastante completo, com uma série de modos que ajudam em certas situações.

Vendo as fotos mais de perto, é possível notar certa falta de definição e alguns artefatos ou deformações causadas pelo algoritmo de pós-processamento. O alcance dinâmico não é muito amplo, o que frequentemente gera fotos com luzes estouradas em cenários mais iluminados. O HDR funciona bem, mas por vezes adiciona pequenos ruídos nas imagens, como você pode perceber no céu abaixo.

Sem HDR

Sem HDR

Com HDR

Com HDR

HDR desativado, céu estourado

HDR desativado, céu estourado

HDR ativado, bem melhor

HDR ativado, bem melhor

Uma característica dos Zenfones da geração passada, de tratar “em excesso” as fotos, continua presente. Isso significa que a câmera do Zenfone 2 não agradará aos que preferem imagens mais naturais: em algumas fotos, achei a saturação bastante exagerada, quase gritando nos olhos. Mas o software faz um bom trabalho em criar fotos “bonitas de se ver” e provavelmente irá atender as necessidades do usuário médio.

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O aplicativo de câmera, embora pareça ter opções demais numa primeira olhada, é simples de usar e traz algumas funções bem-vindas. Na hora de tirar uma selfie com temporizador, por exemplo, basta arrastar o botão de tirar foto para cima e a contagem regressiva se iniciará. Mais fácil que isso, só por telepatia.

Os modos específicos também são bacanas em certas ocasiões, como o Super Resolução — nele, há um ou dois segundos de processamento adicionais para tornar a imagem mais nítida. Pode ser uma boa ideia ativá-lo quando você quiser tirar fotos de objetos estáticos e detalhados. Se quiser ter mais controle sobre a imagem, o modo manual tem opções para ajustar balanço de branco (em Kelvin), velocidade do obturador (infelizmente, sem velocidades abaixo de 1/2 segundo), foco e ISO.

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Hardware e bateria

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O Zenfone 2 vendido no Brasil tem processador quad-core Intel Atom Z3580 de 2,33 GHz. Trata-se de uma CPU com arquitetura x86, que acompanha a GPU PowerVR G6430, a mesma usada no iPhone 5s. Existem versões com 16 GB ou 32 GB de armazenamento interno (com expansão por microSD), sempre com 4 GB de RAM.

O conjunto é bastante competente e consegue rodar bem qualquer jogo pesado. Não tive problemas com Real Racing 3, Modern Combat 5 e Dead Trigger 2 (com os gráficos no alto). Os 4 GB de memória permitem que vários aplicativos consigam rodar ao mesmo tempo, sem recarregar; é o melhor desempenho multitarefa que já presenciei num smartphone.

A bateria de 3.000 mAh gera grandes expectativas devido a alta capacidade, mas na prática a autonomia fica na média do que encontramos em aparelhos com baterias na casa dos 2.000 mAh. No meu caso, cheguei em casa quase todos os dias com algo entre 0% e 20% de bateria. Pelo menos o carregamento é bem rápido usando o carregador que acompanha o Zenfone 2 de 32 GB: fui capaz de elevar a bateria de 0% a 60% em cerca de 45 minutos.

No dia de teste, tirei o Zenfone 2 da tomada às 11h. Ouvi músicas e podcasts por streaming no 4G por 2h e naveguei na internet pelo 4G, entre emails, redes sociais e páginas da web, por cerca de 1h40min. A tela ficou ligada por exatamente 1h52min, sempre com brilho no automático. Às 23h, a bateria chegou a 13%.

O smartphone da Asus, portanto, conseguirá aguentar um dia inteiro de uso, mas com sufoco para algumas pessoas. É bom não esquecer a bateria externa ou o carregador, que podem te salvar num momento difícil.

Conclusão

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O que dizer do Zenfone 2? É um aparelho que tem seus prós e contras: o desempenho multitarefa surpreende com os 4 GB de RAM, o acabamento passa uma boa impressão e a câmera consegue tirar fotos que agradam; em compensação, a bateria é apenas razoável (ou decepcionante, dependendo do seu ponto de vista), o software é bastante poluído e a tela está abaixo da média.

Mas fica difícil não recomendar o lançamento da Asus quando consideramos o preço. Por R$ 1.299 (16 GB) ou R$ 1.499 (32 GB), o Zenfone 2 simplesmente não tem concorrentes à altura, especialmente pelos 4 GB de RAM, que tornam o smartphone único no mercado — até mesmo os flagships atuais, que custam mais que o dobro, chegam a 3 GB de RAM. Para quem usa vários aplicativos ao mesmo tempo e não quer se preocupar em gerenciá-los, esse gigabyte extra faz diferença.

O Zenfone 2 é uma aposta extremamente ousada da Asus e, considerando a situação econômica do país e a cotação altíssima do dólar, é difícil entender como os taiwaneses estão ganhando dinheiro no Brasil. Nessa faixa de preço, o Zenfone 2 é indiscutivelmente a melhor escolha do momento. As outras fabricantes vão precisar reajustar seus preços se quiserem continuar competitivas.

Especificações técnicas

  • Bateria: 3.000 mAh;
  • Câmera: 13 megapixels (traseira) e 5 megapixels (frontal);
  • Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11ac, GPS, Bluetooth 4.0, USB 2.0;
  • Dimensões: 152,5 x 77,2 x 10,9 mm;
  • GPU: PowerVR G6430;
  • Memória externa: suporte a cartão microSD de até 64 GB;
  • Memória interna: 16 GB ou 32 GB;
  • Memória RAM: 4 GB;
  • Peso: 170 gramas;
  • Plataforma: Android 5.0 (Lollipop);
  • Processador: quad-core Intel Atom Z3580 de 2,33 GHz;
  • Sensores: acelerômetro, proximidade, giroscópio, bússola;
  • Tela: IPS LCD de 5 polegadas com resolução de 1920×1080 pixels e proteção Gorilla Glass 3.

Zenfone 2: mais hardware por menos dinheiro










Como funciona o software que ajuda Stephen Hawking a se comunicar

Posted: 20 Aug 2015 01:47 PM PDT

Stephen Hawking - ACAT

A Intel anunciou recentemente a transformação do ACAT (Assistive Context Aware Toolkit) em projeto open source. Essa é uma notícia muito boa. Estamos falando do fascinante software que ajuda a dar voz a Stephen Hawking, um dos cientistas mais renomados da atualidade.

Hawking foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) aos 21 anos de idade. Degenerativa, a doença paralisa progressivamente as funções motoras, mas não afeta as atividades cerebrais da pessoa.

Isso fez com que, com o passar dos anos, Stephen Hawking perdesse a capacidade de andar, movimentar os braços, manter a cabeça erguida, entre outras atividades. Não bastasse o fato de a ELA também afetar a fala, Hawking enfrentou uma grave pneumonia em 1985 que o fez passar por uma traqueotomia de emergência. O procedimento acabou por danificar irreversivelmente as suas cordas vocais.

Desde então, o cientista se vê obrigado a utilizar um sintetizador de voz para se comunicar. A despeito de todas as dificuldades e limitações inerentes à ideia, esse sistema atendeu às necessidades de Hawking por pelo menos duas décadas. Nos últimos anos, entretanto, Hawking ficou muito debilitado (hoje ele tem 73 anos). Um novo sistema de comunicação se mostrou necessário.

ACAT - sensor

A vez do ACAT

É aí que o ACAT aparece. O software foi criado pela Intel em parceria com a Swiftkey, sim, aquela empresa que se tornou conhecida por desenvolver um app que facilita a escrita com o teclado virtual dos smartphones.

O sistema anterior consistia essencialmente na movimentação de um cursor em uma tabela com letras. Quando o cursor passava sobre determinado caractere, Hawking fazia uma contração com a bochecha para marcá-lo. O procedimento se repetia até uma palavra ser formada. O problema é que, por causa da sua debilidade, o cientista já não conseguia usufruir bem desse método — a formação de uma única palavra muitas vezes levava mais de um minuto.

Trabalhando com Stephen Hawking há mais de uma década, a Intel não fugiu da missão de encontrar uma solução. O desafio era grande: desenvolver um sistema do zero poderia exigir demais de Hawking, portanto, o método utilizado até então tinha que ser aproveitado de alguma forma. O próprio Hawking manifestou que essa era a sua vontade.

Assim foi feito. Sensores instalados nos óculos de Hawking continuam reconhecendo comandos a partir dos movimentos faciais do cientista. Quando o ACAT destaca a função a ser usada, basta que o gesto seja realizado para acioná-la (o vídeo abaixo mostra essa ação). Os dados são interpretados por um laptop rodando Windows cuja tela fica bem em frente à Hawking, tal como antes. As mudanças mais significativas aconteceram mesmo no software.

Em vez de começar do zero, melhorar a interface

Permitir apenas que o usuário escreva não basta. Ele também precisa de meios para realizar outras tarefas, como abrir o navegador de internet para fazer uma pesquisa no Google. Isso é fácil para quem usa teclado e mouse. Mas, para quem depende de um meio de entrada tão limitado, esse simples procedimento pode levar vários minutos.

Por essa razão, a Intel se preocupou primeiramente em contextualizar a interface. Para tanto, os engenheiros da companhia passaram algum tempo observando como Hawking usava o computador. Graças a isso, a interface foi adaptada para dar acesso fácil às atividades mais comuns, como pesquisas na web, leitura de PDFs e escrita de documentos.

Para cada uma dessas funções o ACAT exibe menus correspondentes. Por exemplo, os desenvolvedores descobriram que Hawking utiliza muito o Word, logo, há menus que dão acesso rápido às funções mais utilizadas do editor. Com o software antigo, Hawking teria que acionar o cursor, movê-lo (lentamente) até o menu desejado para somente então selecionar a opção desejada. Para quem usa contrações faciais para dar comandos, trata-se de um procedimento demorado e cansativo.

ACAT interface

A tecnologia da escrita

Coube à Swiftkey cuidar da função de escrita enquanto a Intel se encarregava da interface. A empresa decidiu aproveitar parte da tecnologia que fez os seus apps para dispositivos móveis tão consagrados.

Novamente, foi necessário observar as atividades de Hawking, desta vez para identificar estilos de linguagem. Assim, o ACAT se tornou capaz de sugerir palavras de acordo com o contexto, isto é, com o que estiver sendo escrito: um documento técnico tem vocabulário mais rebuscado; um email com linguagem informal leva a sugestões de palavras mais usadas no cotidiano.

Tudo começa com a exibição de uma janela que disponibiliza letras, números, sinais de pontuação e outros símbolos. À medida que os caracteres vão sendo escolhidos, a função de autocompletar do ACAT dá sugestões de palavras e até de sentenças. Na sequência, basta ao usuário usar a função de salvar o texto, enviar o email, acionar o sintetizador de voz ou o que for necessário no momento.

Se deu certo? O próprio Stephen Hawking responde: “agora eu sou capaz de dar palestras, redigir artigos ou livros e falar muito mais rápido”. Com o ACAT, o cientista só precisa informar de 15% a 20% dos caracteres das frases a serem escritas ou faladas pelo sintetizador. O resto fica por conta do software. Para completar, a execução de outras tarefas no computador ficou até dez vezes mais rápida.

Open source, como prometido

Foram mais de três anos de trabalho, mas desde o início o plano era disponibilizar o ACAT de graça e como projeto open source. Agora que a promessa foi cumprida, a Intel espera que o software possa ser aperfeiçoado para atender a outras pessoas com ELA ou que, por outra razão, tenham restrição severa de movimentos.

A abertura do código-fonte é importante (ainda que a tecnologia da Swiftkey continue fechada) porque cada indivíduo tem necessidades específicas – em vez da face, um portador de ELA pode precisar de um sensor na ponta do dedo indicador, por exemplo. O acesso ao código facilita consideravelmente os ajustes necessários para cada caso.

Obviamente, também há expectativa de que a liberação do software atraia gente capaz de tornar a tecnologia ainda mais avançada.

Para baixar o ACAT e obter mais informações, o link oficial é este aqui. O código-fonte pode ser obtido na página do projeto no GitHub.

Com informações: Wired, IQ

Como funciona o software que ajuda Stephen Hawking a se comunicar










Como anda a adoção do Apple Music?

Posted: 20 Aug 2015 11:24 AM PDT

Desde o lançamento do Apple Music, há quase dois meses, muitos estão curiosos para saber se o serviço de streaming de música da Apple “deu certo”. Com grande aposta na curadoria de músicas feita por especialistas da área, um feed que mostra atualizações dos artistas preferidos pelo usuário e uma rádio que funciona 24 horas e é controlada por DJs de todo o mundo, como está a adoção do serviço pelos usuários?

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Essa pergunta é um pouco difícil de responder. Sem muitas informações além do número de usuários ― que passou de 11 milhões no começo deste mês, segundo o que disseram executivos da Apple ao USA TODAY ―, não dá para ter uma ideia se os recursos que se destacam no Apple Music estão sendo um diferencial para os usuários ou eles se limitam à ouvir música da mesma forma que fariam no Spotify, por exemplo.

O que nos ajuda a sanar essas dúvidas é uma pesquisa divulgada recentemente pela MusicWatch, uma empresa especializada em pesquisas na indústria musical. O estudo foi conduzido ao entrevistar 5 mil americanos de 13 anos ou mais e revelou que 77% dos entrevistados que usam iOS sabem o que o Apple Music é, enquanto apenas 11% usam o serviço.

Seção "For you" tem recomendações de músicas feitas por curadores profissionais da Apple.

Seção “For you” tem recomendações de músicas feitas por curadores profissionais da Apple.

Das pessoas que se inscreveram no período de testes, 48% afirmaram não estar usando o serviço. A Apple, no entanto, emitiu uma nota ao The Verge contestando a porcentagem divulgada pela pesquisadora. Segundo a empresa, 79% dos usuários que estão no trial continuam usando o Music ― esse número provavelmente se aplicaria naqueles 11 milhões de membros no período de testes.

A pesquisa também quis saber se os diferenciais do serviço em relação à concorrência estão sendo usados pelos usuários. A rádio Beats 1, que tem estúdios em Nova York, Los Angeles e Londres, é escutada por 30% dos entrevistados, enquanto 27% disseram usar a função Connect, que mostra atualizações dos artistas preferidos do usuário.

Para os usuários do ecossistema da Apple, no entanto, a maior vantagem do Music é a sua integração com o iOS (e isso sou eu que estou supondo, não a pesquisa). No iPhone, há o benefício do aplicativo ser desenvolvido pela própria Apple, garantindo que o aspecto nativo do app melhore sua velocidade e incorporação no sistema.

Função Connect mostra atualizações dos seus artistas preferidos.

Função Connect mostra atualizações dos seus artistas preferidos.

É possível, por exemplo, usar a Siri para tocar algum artista ou configurar um alarme com qualquer música do Apple Music. Se você não usar muito tais recursos (ou se contentar com a integração do Google Now e Spotify no Android), também há a comodidade de sincronizar suas músicas do iTunes no Music. Novamente: para quem tem uma base de dispositivos da Apple, o serviço vale a pena.

Não é à toa que (e agora voltamos aos dados da pesquisa), quando perguntado se os usuários continuariam usando o Apple Music depois que o período de testes acabar, 64% disseram responderam que a chance de permanência é “extremamente” ou “muito alta”. 61%, no entanto, contaram ter desativado a opção de renovar automaticamente a inscrição.

Por fim, a pesquisa também questionava se os entrevistados migraram de outros serviços de streaming. 28% afirmaram que antes usavam o Spotify Premium e 11% usufruiam da versão gratuita do serviço.

A adoção do serviço no Brasil

As estatísticas acima deram uma ideia de como foi a adoção do Apple Music nos Estados Unidos, mas é esperado que algumas dessas porcentagens também se apliquem ao Brasil. Por aqui, observei que muitos usuários que migraram para o serviço possuíam uma base completa de dispositivos da Apple, ou ficavam confortáveis em usar o iTunes para ouvir música no Windows.

O serviço também tem como objetivo se popularizar dentre pessoas que não eram familiares com a maioria dos serviços de streaming. Não é à toa que após a atualização para o iOS 8.4, muita gente foi ouvir suas músicas no aplicativo e se deparou com uma tela oferecendo um serviço de streaming de graça por três meses.

No Brasil, a assinatura do Apple Music custa US$ 4,99.

No Brasil, a assinatura do Apple Music custa US$ 4,99.

É uma tática que ajuda a difundir o Music e também a aumentar o número de usuários. Quando o período de testes acabar, ficará mais fácil de descobrir se as estatísticas acima vão se concretizar e se o serviço continuará com um grande número de usuários ― o Spotify, para referência, tem mais de 20 milhões de assinantes e 75 milhões de usuários ativos ao redor do mundo.

Entretanto, com a alta do dólar, não tenho certeza se o Apple Music vai ser uma boa opção para quem migrou do Spotify afim de desfrutar da integração com o iOS ou OS X. Cotado a R$ 3,47 no momento em que escrevo esse post, os US$ 4,99 mensais do serviço se transformariam em R$ 17,31, sem considerar o IOF (6,38% a mais) e o ágio do seu cartão de crédito, que pode aumentar o valor do dólar de 10 a 20 centavos.

No máximo, se a moeda americana continuar por volta desse valor nos próximos meses, a assinatura do Apple Music não deve passar de R$ 20 ― ainda assim, mais de 30% maior do que os R$ 14,90 que são cobrados pelo Spotify, onde não há IOF ou variação de câmbio pois a cobrança é feita em moeda nacional. Cabe ao usuário decidir se a diferença vale a pena. Há quem diga que não faz tanta diferença assim, mas alguns pretendem voltar para o Spotify quando o período de testes acabar.

No final das contas, parece ser a proposta da Apple com o Music: oferecer uma alternativa mais cômoda para quem pertence ao ecossistema da empresa. É o que ela pretende com todos os outros serviços que apresenta, aliás. Fora da sua base de dispositivos (Macs, iPhones, iPads), nenhum serviço foi feito para abolir a concorrência porque, basicamente, ele não precisa ― a vantagem com a comodidade já é suficiente para manter a maior parte dos usuários.

Como anda a adoção do Apple Music?










Em 2015, as operadoras ainda estão presas em 2005

Posted: 20 Aug 2015 05:41 AM PDT

As operadoras móveis estão preparando uma petição a ser entregue na Anatel contra o WhatsApp, segundo a Reuters. Elas se queixam da função de chamadas de voz, que se aproveita da tecnologia VoIP e utiliza a internet para fazer ligações para outros usuários. De acordo com a agência de notícias, uma das operadoras ainda deverá entrar com uma ação judicial contra o serviço, que é propriedade do Facebook.

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Isso parece um pouco estranho. Claro e TIM são duas grandes operadoras no Brasil que mantém parceria com o aplicativo e oferecem até mesmo tarifação diferenciada para o WhatsApp para clientes de determinados planos, isentando o cliente dos dados consumidos pelo aplicativo ou oferecendo pacotes específicos. A Vivo foi a única operadora a reclamar publicamente sobre esse tipo de oferta.

Até pouco tempo, o WhatsApp permitia apenas conversas por texto com conteúdo multimídia anexado, como imagens, vídeos e áudios. As operadoras não demonstravam publicamente nenhum incômodo até surgirem as chamadas em VoIP pelo aplicativo. A partir daí, começou o piti.

O número de celular é a nova identidade

Amos Genish, ex-GVT e atual CEO da Vivo, alegou que o WhatsApp é “pirata” por utilizar os números da operadora como forma de identificação para chamadas. Para piorar a situação, nosso ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, concordou com isso e ainda disse que o serviço está nas “margens da lei”.

A principal queixa é que o aplicativo não paga o Fistel, um imposto que cada operadora deve recolher anualmente por linha ativa.

Foto: Lucas Braga

Até onde sei, o WhatsApp não tem diversas antenas dessas espalhadas pelo mundo

Como expliquei aqui, a portabilidade numérica é real no Brasil desde 2008 e, desde então, o número é de posse do consumidor. Viber, Telegram, iMessage, FaceTime, Facebook Messenger, Itaú Tokpag e até mesmo a pizzaria que costumo pedir pizza aos domingos são alguns exemplos de como o número pode (e deve) ser usado para identificação de usuários.

Dificilmente uma pessoa precisará trocar o número de celular durante a vida e a padronização faz bem para todo mundo, facilitando encontrar amigos que utilizam os mesmos serviços que você. Você já tentou criar um nome de usuário simples, com seu nome e sobrenome, em algum serviço popular como Gmail ou Instagram, e percebeu que algum homônimo já tinha o cadastro?

Precisamos evoluir

O fato das reclamações só virem à tona no momento atual nos diz muita coisa sobre a visão das empresas de telecomunicações no Brasil: bastou que o WhatsApp oferecesse chamadas em VoIP que isso tocou na ferida das operadoras. É óbvio que o serviço de voz é amplamente utilizado, mas a cada dia que se passa há queda de receita nessa modalidade.

O comportamento do consumidor mudou e parece que as empresas de telecomunicações ainda não perceberam isso: várias operadoras empurram gigantes franquias de minutos para quem deseja planos de dados de maior capacidade. O meio tradicional está cedendo ao meio over-the-top, nome dado a serviços que dependem de internet para funcionar.

Estamos cada vez mais olhando para a tela do que levando o celular até a orelha.

Estamos deixando de assinar TV por assinatura e comprar DVDs para usar serviços como Netflix e YouTube, bem como substituímos o rádio e os CDs pelos serviços de streaming. A ligação telefônica também passa pela mesma evolução e estamos usando cada vez menos usando o serviço de voz em favor das mensagens de texto. Ao mesmo tempo, nossa dependência pelo serviço de internet está cada vez maior, e as operadoras deveriam estar contentes com isso.

Até o momento, o presidente da Anatel, João Rezende, afirmou não ter recebido nenhuma reclamação das operadoras e se posicionou contra a regulamentação do aplicativo: “Não sou favorável à regulamentação. A discagem via WhatsApp não é serviço de telecomunicações”. Que suas palavras sejam ouvidas pelo setor.

Em 2015, as operadoras ainda estão presas em 2005