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Apps para treinar o cérebro, uma aposta no tratamento da esquizofrenia (mais 4 notícias)

Apps para treinar o cérebro, uma aposta no tratamento da esquizofrenia (mais 4 notícias)

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Apps para treinar o cérebro, uma aposta no tratamento da esquizofrenia

Posted: 04 Aug 2015 11:29 AM PDT

Um grupo de 22 pessoas diagnosticadas com esquizofrenia passou quatro semanas jogando Wizard no iPad, um app para treinamento cerebral. A ideia partiu de pesquisadores da Universidade de Cambridge interessados em saber se o game pode, de alguma forma, ajudar no tratamento da condição. Os resultados foram animadores.

A esquizofrenia é um transtorno mental normalmente associado à perda do contato com a realidade. Mas a pessoa que sofre do problema pode apresentar uma série de outras mudanças comportamentais, como apatia, desorientação e perda de memória.

Cérebro

Nos experimentos conduzidos pela professora Barbara Sahakian e equipe, o jogo Wizard mostrou-se como um aliado para melhorar as funções cognitivas (atenção, percepção, raciocínio, associação, memória e por aí vai) dos pacientes, especialmente em relação à memória episódica, aquela que é dedicada à lembrança de eventos passados. Você a usa, por exemplo, para saber onde estacionou o carro.

Resultado de um trabalho envolvendo psicólogos, neurocientistas e, claro, programadores, o aplicativo demorou nove meses para ficar pronto. Pudera: vários detalhes foram considerados, inclusive recompensas para dar ao jogador sensação de progresso (afinal, estamos falando de um game, certo?).

Após as quatro semanas, os pesquisadores avaliaram os 22 pacientes com um teste de memória específico. Em comparação com um grupo que recebeu tratamento habitual, os jogadores apresentaram muito menos erros no teste.

Não foi só a memória que melhorou. Os pesquisadores notaram que muitos pacientes passaram a ter mais motivação e, portanto, devem continuar jogando. Aliás, os mais motivados foram justamente os que apresentaram os melhores resultados no teste de memória.

Wizard app

Aplicativos que se vendem como treinamento para o cérebro vêm ganhando popularidade. Entretanto, há neurocientistas e outros profissionais da saúde que têm lá suas dúvidas sobre a eficácia dessas ferramentas, embora haja consenso de que “exercitar” o cérebro é importante.

“O jogo de memória pode ajudar onde as drogas não fazem efeito”

Assim, fica claro que testes mais abrangentes são necessários para provar que o Wizard realmente cumpre o que promete. Existe um bom motivo para os pesquisadores continuarem engajados: há tratamentos muito satisfatórios para esquizofrenia, mas o progresso para tratar de consequências cognitivas é lento. “Este estudo de prova de conceito é importante porque demonstra que o jogo de memória pode ajudar onde as drogas não fazem efeito”, comenta Sahakian.

O plano é aliar jogos com medicamentos e terapias atuais, de modo complementar mesmo. Essa combinação pode ajudar, por exemplo, a aumentar a empregabilidade de pessoas com esquizofrenia. Embora elas possam trabalhar quando devidamente tratadas, os problemas cognitivos muitas vezes dificultam o exercício de alguma função.

Atualmente, o módulo do Wizard faz parte do Peak, um dos mais populares apps de treinamento cerebral. Há versões para Android e iOS.

Com informações: The Guardian

Apps para treinar o cérebro, uma aposta no tratamento da esquizofrenia










Como melhorar as câmeras de drones minúsculos? Inspirando-se nos insetos

Posted: 04 Aug 2015 10:22 AM PDT

(Foto: Flickr/Gustavo Mazzarollo)

(Foto: Flickr/Gustavo Mazzarollo)

Os drones voam de maneira semelhante aos insetos, mas a câmera deles se inspira em olhos humanos. Dario Floreano, pesquisador do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, pensou nisso. Ele decidiu testar como os sensores que formam imagens como os olhos de um inseto podem funcionar em pequenos veículos aéreos não tripulados. Pelo visto, os resultados foram bons.

Caso você nunca tenha parado para pensar na diferença, lá vai: com o funcionamento parecido com uma câmera, há apenas uma grande lente nos nossos dois olhos, e a entrada de luz é ajustada pela íris. Na maioria dos artrópodes, há várias lentes, chamadas de omatídios, espalhadas por uma superfície convexa, e a entrada de luz é livre, uma vez que as células são fotossensíveis.

olhos-de-inseto

Como essa forma de enxergar o mundo pode ser aplicada nos drones, então? Simples: os insetos, apesar de verem uma imagem com qualidade reduzida, têm maior ângulo de visão e podem detectar movimentos com mais precisão. Assim, essa tecnologia pode ser aplicada em drones minúsculos para monitorar áreas afetadas por desastres naturais ou até mesmo na entrega de suprimentos.

Floreano, então, decidiu fazer um sensor que tem características parecidas. Ele conseguiu construir um com apenas duas miligramas, mais leve do que as lentes digitais colocadas em drones. Com peso menor e ocupando apenas dois milímetros cúbicos, fica mais fácil reduzir o tamanho do drone e até melhorar a precisão do movimento.

Cada lente desenvolvida pelo instituto suíço fica em cima de três fotodetectores eletrônicos, organizados de forma triangular. Combinando várias lentes, os detectores podem, a partir da visão de um objeto, estimar a velocidade e a direção do movimento desse objeto. Como a entrada de luz não é controlada, a tecnologia funciona até em condições precárias de iluminação e três vezes mais rápido que os insetos.

fotodetector-olho-artificial

A facilidade de construir um sensor tão pequeno também faz com que os olhos possam ser aplicados em dispositivos com superfícies curvadas e flexíveis. É só fixá-los em uma fita e colá-la em robôs, veículos, móveis e até peças de roupas.

Os fotodetectores eletrônicos também podem, a partir de algoritmos, calcular o tempo até uma possível colisão. Segundo Floreano, o desafio será “combinar múltiplos olhos artificiais em configurações que façam com que o drone veja ‘tudo em volta’, evite colisões, estabilize sua posição e voo, pouse e decole”.

Com informações: MIT Technology Review, The Economist, Opposing Views.

Como melhorar as câmeras de drones minúsculos? Inspirando-se nos insetos










A comunicação por cabos óticos poderá ficar ainda mais rápida com este novo material

Posted: 04 Aug 2015 10:02 AM PDT

Um novo material desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, pode fazer cabos e outros dispositivos que usam comunicação ótica transmitirem informações dez vezes mais rápido que as tecnologias atuais, como a fibra ótica.

O material é um tipo de nanopartícula plasmônica, feito de óxido de zinco dopado com alumínio (AZO). A partir de suas propriedades óticas, é possível controlar a reflexão da luz em 40% consumindo menos energia do que outros tipos de semicondutores. Esse controle é importante porque assim os dados podem ser transmitidos e codificados, segundo o pesquisador Nathaniel Kinsey.

O menor consumo de energia para a transmissão de dados em alta velocidade também é conveniente, uma vez que a dissipação de calor também é baixa. Caso isso não aconteça, “o material vai esquentar muito e derreter quando você impulsionar [pulsos elétricos] em alta velocidade”, acrescenta Kinsey.

Pesquisadores ainda conseguiram fazer o material operar no espectro infravermelho, padrão usado para comunicações óticas. Assim, ele se encaixa no padrão semicondutor metal-óxido complementar (CMOS) da indústria e tem mais chances de chegar ao mercado num futuro não tão distante.

Também foi possível, com o material, criar um transístor ótico que usa a luz em vez da eletricidade para amplificar sinais e controlar energia. Atualmente, os transístores são normalmente feitos de silício.

O que essa evolução significa? Em suma, o ciclo de transferência de elétrons nas bandas de valência dos semicondutores fica bem rápido: as películas de AZO completaram este ciclo em 350 femtossegundos (1×10-15 segundo), o que é 5.000 vezes mais rápido que o silício cristalino. Esse tempo é semelhante ao que a luz leva para atravessar uma folha de papel e surpreendeu os pesquisadores da universidade.

Com informações: Purdue University, Engadget.

A comunicação por cabos óticos poderá ficar ainda mais rápida com este novo material










Como as impressoras 3D estão revolucionando os medicamentos

Posted: 04 Aug 2015 08:24 AM PDT

levetiracetam

A indústria farmacêutica e os que dependem dela estão passando por um momento importante: pela primeira vez na história, a Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano semelhante à nossa Anvisa, aprovou a comercialização de um medicamento produzido por uma impressora 3D. O Spritam, da Aprecia Pharmaceuticals, age para controlar convulsões causadas pela epilepsia em adultos e crianças.

As impressoras 3D trazem algumas vantagens na produção de medicamentos. Devido à forma como elas funcionam, depositando o material do remédio camada por camada até formar o comprimido, é possível encapsular a droga em dosagens bastante precisas em um comprimido menor que o normal, tornando o remédio mais fácil de ser ingerido.

Isso é importante, por exemplo, para pessoas que sofrem de epilepsia, uma doença que afeta 3 milhões de brasileiros e ainda não tem cura, mas que pode ser controlada com medicamentos, como o levetiracetam. O problema é que os remédios disponíveis hoje são desconfortáveis para serem ingeridos, por serem grandes demais. Hannah Rose Mendoza conta sua história no 3DPrint:

"Como uma pessoa que sofre de convulsões e precisa de tratamento contínuo com levetiracetam, posso dizer que acho bem-vindo esse tipo de medicação. As pílulas que eu tomo, de 500 mg cada, são grandes o suficiente para serem desconfortáveis para engolir. Algumas vezes eu tive que cuspir a pílula enquanto estava asfixiada e, cada vez que eu a tomo, há uma sensação de pânico".

Com o tempo, por causa da dificuldade de ingerir a droga, os pacientes acabam "esquecendo" de tomá-la em algum momento (e isso acontece com 71% das pessoas), prejudicando o tratamento. Vale lembrar que Hannah é uma pessoa adulta e mesmo assim tem dificuldade de ingerir o medicamento. Some isso com o fato de que 50% dos casos de epilepsia têm início na infância e adolescência e note que a questão é bem complicada.

A tecnologia da Aprecia Pharmaceuticals, chamada ZipDose, pode produzir comprimidos de levetiracetam de até 1.000 mg tão pequenos quanto a sua aspirina, o que deverá facilitar o consumo. Também é possível fabricar comprimidos que se dissolvem rapidamente em água — bem mais rápido que uma droga convencional, como você pode perceber no vídeo abaixo:

Por isso, com a tecnologia usada nas impressoras 3D, é possível combinar o melhor de dois mundos: a facilidade de deglutição das drogas líquidas e a precisão de dosagem dos comprimidos. A Aprecia Pharmaceuticals já anunciou que pretende desenvolver mais medicamentos em impressoras 3D. Não deve demorar para que outras empresas façam o mesmo, espero.

Tecnocast: o futuro em 3D

Nós batemos um papo descontraído sobre as impressoras 3D e como elas podem revolucionar a forma como produzimos e consumimos produtos. Esses equipamentos geram tantas implicações que fica até difícil imaginar o que é possível fazer com a tecnologia. Dê o play logo abaixo!

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Como as impressoras 3D estão revolucionando os medicamentos










Matchstick, um exemplo de como o crowdfunding pode dar errado

Posted: 04 Aug 2015 07:25 AM PDT

Matchstick

Campanhas de crowdfunding (financiamento coletivo) são interessantes porque combatem um dos principais inimigos de uma boa ideia: a falta de dinheiro. Mas nunca há garantias de que o projeto irá vingar, mesmo quando a meta de arrecadação é alcançada. Com o Matchstick, a Mozilla descobriu isso na pele.

O dispositivo surgiu no Kickstarter em outubro de 2014 como uma alternativa mais em conta para o já barato (pelo menos nos Estados Unidos) Chromecast: US$ 25 (US$ 18 na campanha) contra US$ 35 do último.

Como hardware básico, o Matchstick prometia processador dual-core Rockchip 3066 (núcleos Cortex-A9), 1 GB de RAM, 4 GB para armazenamento interno de dados, HDMI e Wi-Fi 802.11n. A cereja do bolo era o Firefox OS como sistema operacional. Aplicativos para serviços como Netflix, YouTube e Spotify também foram prometidos.

A campanha teve como meta US$ 100 mil. Pouco mais de US$ 470 mil foram arrecadados. Sucesso absoluto! Bastava só iniciar a produção e enviar o produto aos compradores que apostaram na ideia. Em um mundo perfeito é simples assim.

Mas fevereiro — mês previsto para as primeiras entregas — chegou e nada de Matchstick. Os responsáveis pelo projeto publicaram então uma nota avisando que a entrega iria atrasar: o novo prazo passou a ser agosto de 2015.

Nem preciso dizer que a notícia desagradou. Teve gente pedindo o dinheiro de volta, queima de ônibus e tudo o mais. Ao menos havia a promessa de um upgrade: em vez de um processador dual-core, o Matchstick passaria a contar com um chip quad-core.

Matchstick

Na ocasião, a Mozilla — ou, para ser exato, a Matchstick, companhia criada para tocar a iniciativa — não informou exatamente o que deu errado, mas deixou uma pista: no comunicado, a equipe do projeto anunciou a busca por um especialista em tecnologias de DRM (gerenciamento de direitos digitais), um requisito para serviços como Netflix.

Tendo conseguido preencher essa vaga ou não, o fato é que agosto chegou e os desenvolvedores se viram obrigados a não perder mais tempo: na segunda-feira (3), a organização anunciou o fim do projeto. O motivo? Justamente a dificuldade para lidar com DRM:

“Depois de lutarmos com a implementação de DRM no Firefox OS na maior parte do ano, percebemos que o desenvolvimento contínuo dessa solução, apesar de mostrar indícios promissores, será um caminho longo e tortuoso. Chegamos à conclusão de que não seremos capazes de estimar com segurança a data de finalização do DRM sem pesquisa, desenvolvimento e integração mais significativas.”

Pois é. Não teremos mais um concorrente com Firefox OS para o Chromecast (a não ser que o projeto seja retomado com outra roupagem). A razão é uma limitação que os desenvolvedores não puderam prever antes de iniciar a campanha.

Vale rogar praga para o sujeito que inventou o DRM, mas o ponto aqui é que investir em um projeto de crowdfunding é sempre um jogo: muitos problemas comprometedores só são percebidos quando há verba suficiente para tirar o projeto do papel.

Matchstick

Há casos, por exemplo, de falhas de projeto que só são identificadas quando determinado componente vai para a linha de produção. Em outros, os desenvolvedores só descobrem tardiamente que o projeto infringe alguma patente. Há também custos não previstos com logística, fornecedores que atrasam a entrega (acontece mais do que a gente imagina), problemas com legislação e por aí vai.

Também não é necessário rejeitar tudo o que é projeto de crowdfunding. Felizmente, a maioria dos projetos vence na vida, a despeito de atrasos e outras adversidades. Só é importante ter em mente que, via de regra, você não está participando de uma pré-venda ao investir em uma campanha do tipo; você está apoiando uma ideia na expectativa de ser recompensado.

Talvez a Matchstick devesse insistir na ideia. Talvez, não. O fato é que desistir de um projeto como esse é tão ou mais difícil do que elaborar a ideia e pedir apoio. Reconhecer um fracasso não é uma fraqueza. Dói, mas é melhor do que deixar a bola de neve rolar e aumentar de tamanho.

A Matchstick promete devolver todo o dinheiro dos apoiadores — mais de 17 mil pessoas. Se você está entre eles, vai precisar de uma dose de paciência: como o processo é manual, a devolução pode demorar até 60 dias.

Matchstick, um exemplo de como o crowdfunding pode dar errado