VWS

Postagens mais visitadas

LOGOBR

LOGOBR


Dicas e sites para portfólios

Posted: 01 Apr 2015 11:15 AM PDT

Aloha!

A primeira versão desse post foi ao ar em dezembro de 2008, numa parceria com a designer Cíntia Stela, brasileira que trabalhava no Canadá. Fizemos a primeira versão juntos e, rapidamente, se tornou o post do LOGOBR com mais acessos todos os dias, com ótimo ranking no Google. Mas, no passar desses quase sete anos, muitas coisas mudaram, principalmente nossa visão sobre portfólios e sobre os melhores sites para indicar a vocês. Então reeditei esse post (pela segunda vez), deixando ele mais objetivo, com dicas que vejo como primordiais para se ter um bom portfólio, além de claro apresentar novas opções de sites. Espero que continue sendo relevante a vocês. :)

____________________________________________________________

Um portfólio bem feito abre muitas portas, enquanto um "meia-boca" com certeza prejudica sua probabilidade de sucesso. O seu portfólio é a única forma que um cliente/empregador tem de analisar o seu trabalho, muitas vezes sem que você possa apresentar ou explicar as peças. Por isso, você deve observar alguns pontos de contato importantes, mostrando sua criatividade, suas habilidades, abordagem, metodologia e variedade de técnicas, sem esquecer aquele toque especial que vai dar personalidade ao seu trabalho.

Como tenho dito muito nos últimos tempos: gostamos de falar de branding mas esquecemos de fazer nossa gestão de marca, seja ela pessoal ou da empresa. Ter um ótimo portfólio é gerenciar um dos principais pontos de contato da sua marca. Por isso, capriche!

1. ÉTICA

Não tem como começar com outro tema. Quando vamos falar de mostrar um projeto, ética vem sempre em primeiro lugar. Tome cuidado para não ser mentiroso. Se o trabalho que está em seu portfólio foi feito com outro profissional (seja redator, estagiário, outro designer e etc), coloque créditos a ele. Se possível coloque o link para o site dele. Não tem nada demais em assumir que você não fez o trabalho sozinho, isso demonstra espírito de equipe e ética profissional. Coloque o nome do diretor de criação que orientou você(s) durante o projeto. Entrevistadores olham isso. Experiência própria. E cuidado ao colocar projetos que tenham envolvido uma equipe inteira. Converse com seu empregador e conheça quais são as regras da casa quanto a isso. E nunca é demais lembrar: não use um projeto no portfólio da sua empresa se você o fez quando estava numa outra agência/estúdio.

2. VOCÊ COLOCA NO PORTFÓLIO O QUE QUER FAZER DE NOVO

É comum vermos pessoas colocando projetos no portfólio apenas para fazer número. O ideal é você escolher quais trabalhos que serão exibidos com base no que deseja fazer, já que ele irá prospectar novos projetos que estejam alinhados com que você tem por lá. Não tem motivo para postar um trabalho de identidade visual se você buscar projetos/emprego em áreas como Design Editorial.

3. QUALIDADE

Ainda citando o tópico anterior, não adianta você colocar todos os trabalhos que você fez desde a faculdade, tudo para aumentar o número. É evidente que todos os profissionais evoluem, incluindo criativos e, de tempos em tempos, alguns trabalhos não condizem mais com nosso atual estágio de conhecimento, técnica, abordagem, estética e etc. Por isso, não tenha medo de tirar trabalhos do seu portfólio. Antes três projetos fantásticos e bem apresentados, do que quinze mais ou menos.

4. ORGANIZAÇÃO DO CONTEÚDO

Saber organizar o conteúdo de um projeto dentro de um portfólio é como contar uma história, é uma narrativa. Por isso lembre-se das aulas de Português: você precisa de uma introdução, complicação, clímax e desfecho. Construa uma apresentação gostosa de se ler e ver.

5. PARA CLIENTES? PARA COLEGAS DE PROFISSÃO? PARA OS DOIS?

Um portfólio para (possíveis) clientes deve ser diferente que um portfólio para profissionais criativos. Isso significa: cuidado com apresentações longas. Apesar de nós (profissionais) gostarmos de ver e conhecer cada detalhe, cada imagem, cada nuance dos projetos que apreciamos, clientes não tem tempo (nem paciência) para ver 3 milhões de imagens. Eles não se interessam por aqueles grids gigantescos e difíceis de entender, não tem interesse em saber se o Pantone é o 7891C ou 7892U ou se você usou Gotham com Didot Italic…

Ok ok, fui um pouco radical, mas é mais ou menos isso mesmo. O importante é você usar o melhor dos feelings de um ser humano: o bom senso! Por exemplo: as vezes uma tipografia é extremamente importante no projeto, logo essa deve ser mostrada em detalhe. Meu conselho é para que não tornem suas apresentações cheias de imagens que não vão fazer tanta diferença. Particularmente, tenho uma estratégia: os projetos no site da Anora Campo, geralmente, tem menos imagens do que no Behance. O site é para clientes (que ao meu ver não querem ver 30 imagens de cada projeto) e o Behance é para designers e outros profissionais (que adoram ver um monte de imagens).

6. APRESENTAÇÃO VISUAL

Conheço alguns profissionais criativos, principalmente designers, que fazem trabalhos fantásticos mas… pecam na hora de apresentar. Seja a identidade, seja o site ou mesmo a brochura. Algumas dicas:

● Fotografia
O ideal é sempre fotografar seu trabalho. E claro, existem diversas formas de e fazer isso. No mundo perfeito, o cara teria um espaço na agência/estúdio/casa com uma boa DLSR, lente 50mm 1.4, equipamento de luz, seamless paper e etc. Mas é claro que esse cenário não é o que acontece no começo (e por algum tempo), as vezes porque nem é preciso. Estude um pouco sobre fotografia (Google?) e trabalhe bem com o que você tiver de melhor. Uma câmera compacta no modo manual, luminárias de mesa, luz solar (dificulta pois você não tem controle sobre ela, mas dá!), um tripé, uma mesa, folhas de cartolina branca ou de outras cores, ajustes no Lightroom ou Photoshop. Dá para fazer coisas realmente boas! Com o tempo, você compra uma câmera mais bacana, uma lente 50mm, um estúdio completo. Mas a falta dos equipamentos ideias não é desculpa para apresentações ruins.

• by Anora Campo •

● 3D
“Ah Daniel, eu não sei pilotar nem câmera compacta e não tenho o menor interesse em aprender sobre fotografia. Tem outra opção?” Tem, claro! O querido 3D, que ultimamente tem sido muito bem usado para apresentar trabalhos. Claro, você precisa conhecer apps como Cinema 4D, Maya, Blender ou qualquer outro. Em alguns, vai exigir um investimento no software e um tempo para aprender e dominar a técnica a ponto de produzir boas imagens. Para quem já é habituado, é um pulinho. E sim, você pode ter resultados maravilhosos. Quem mostra isso com maestria é a designer e empreendedora brasileira Isabela Rodrigues. 3D insano e fantástico!

• by Isabela Rodrigues •

● Mockup
Vai que você não quer aprender um pouco sobre fotografia ou é completamente analfabeto quando se trata de 3D. Ainda temos uma terceira opção: mockups. Por quê não, ora bolas? Vamos deixar o preconceito de lado e reconhecer: nos últimos dois anos apareceram ótimos mockups no mercado. Seu grande ponto forte está na facilidade de uso: um Photoshop e o domínio da “ferramenta copy/paste”. Além de se achar bons mockups para vender a preços muito acessíveis, já existem muitos com download free (Google?). O seu grande ponto fraco: você terá imagens de apresentação igual de milhares de outros designers/estúdios/agências. O quanto isso influencia na forma como você forma sua imagem no mercado e até onde isso é benéfico ou não, é contigo.

• by Woodlake •

● Olhe. Pergunte. Não é pecado!
Ainda falando de apresentação: saia um pouco do Facebook e navegue mais tempo no Behance e em sites de curadoria. Você verá todos os tipos de apresentação, fotos, 3D, mockups e mais um monte. Se achar algo legal, não sabe como fazer e se interessou? Pergunte. O pessoal geralmente é bastante receptivo e não tem problemas em ajudar.

Ainda falando de apresentação: saia um pouco do Facebook e navegue mais tempo no Behance e em sites de curadoria. Você verá todos os tipos de apresentação, fotos, 3D, mockups e mais um monte. Se achar algo legal, não sabe como fazer e se interessou? Pergunte. O pessoal geralmente é bastante receptivo e não tem problemas em ajudar.

7. APRESENTAÇÃO DE TEXTOS

Estudos pessoais indicam que 90% dos outros profissionais criativos que entram em seu portfólio não leem o texto de apresentação do projeto. Mas nem por isso, você não irá colocá-lo. Claro, existe casos e casos, mas muitos trabalhos se apresentam melhor quando acompanhados de um texto falando sobre o projeto, cliente, processo e razões das decisões tomada. Isso enriquece seu projeto na hora de ser apreciado. Além disso, possíveis clientes gostam de saber como chegou àquele resultado. Mas se for falar algo, nada de blábláblá (como isso aqui por exemplo), diga apenas a verdade.

8. APRESENTAÇÃO EM VIDEO

Essa é minha nova fronteira de experiências. Por vezes, sinto que imagens não representam todo o tamanho de um projeto, e que textos acabam por ficar muito longos. Videos parecem ser uma boa opção, e o bacana é que podem ser compartilhados de forma mais útil do que simples links que levam ao site.

9. SITE

Seu portfólio deve ter, de preferência, um domínio próprio ( seu primeiro e último nome, por exemplo). Faça um teste com amigos ou até desconhecidos para saber se a navegação está agradável. Nada mais chato do que sites que são difíceis. Tenha em mente que não é o site que irá vender seu trabalho, e sim os trabalhos lá postados. Portanto, seja simples e direto ao ponto. Nessa hora lembre-se da famosa frase de Dieter Rams “menos é mais”. Claro que não estamos desconsiderando a importância do site, estamos dizendo que ele é sua plataforma e não a principal parte do portfólio. Antes de mandá-lo para os escritórios/agências/estídios que você deseja trabalhar, peça a opinião de amigos sobre os trabalhos lá postados. Pergunte se têm peças desinteressantes que possam cair fora. E claro, saiba filtrar as opiniões alheias. Cuidado para não colocar imagens desnecessariamente pesadas para não comprometer o carregamento e fazer com que o cliente desista de ver suas peças e parta para outro portfólio.

Estamos em plena era das telas pequenas. Tablets, Smartphones de 4 a 6 polegadas. O futuro de internet está no bolso das pessoas. Por isso, pense desde o início em um site responsivo. Se possível, aplique uma abordagem mobile firstFalo por experiência própria: o número de acessos ao site da Anora Campo e do LOGOBR por dispositivos móveis tem aumentando mês a mês. Não podemos ignorar isso.

Casa de ferreiro….
Geralmente, nunca conseguimos finalizar um site que é nosso. Projetar para nós mesmos é algo extremamente difícil e muitas vezes improdutivo, por dezenas de motivos que vocês já conhecem. 
Mas é por isso mesmo que existem diversas opções que fazem o trabalho de montar o portfolio pra você. Melhor ainda: por serem CMS (gerenciadores de conteúdo) eles facilitam a atualização, algo de vital importância. Vamos ver alguns que oferecem, ao meu ver, os melhores serviços de hospedagem de portfólios, com versões free e pagas.

 SQUARESPACE

Começo a lista com o meu serviço preferido: Squarespace. Esses caras estão crescendo muito rápido, a ponto de terem anunciado no intervalo do Super Bowl 2014. Trata-se do CMS mais completo que conheço e que já usei (o site da Anora Campo rodou nele até dezembro/14). Ele possui temas para sites de fotógrafos, designers, músicos, artistas, diretores de arte, agências, estúdios, restaurantes, e-commerce, blogs, sites institucionais e o que mais a criatividade de quem usa mandar. São 26 templates diferentes e a cada quatro ou cinco meses é lançado um novo.

A dashboard é de fácil acesso. Mas o que realmente manda é como você vai usar os temas disponíveis. Você pode simplesmente escolher um deles e subir seu conteúdo, colocar seu logo e seu domínio e pronto. Ou pode editar tudo! Bem, quase tudo, pois cada tema tem suas peculiaridades e suas limitações. Como alguém que usou o serviço por algum tempo, posso dizer que quanto você mais mexer mais possibilidade você irá descobrir.

Qualquer página pode ser  desenhada por meio de um divertido sistema de blocos, onde cada bloco recebe um conteúdo diferente: imagens, videos, textos, barras, links embedados, mapas (com uma visualização preto em branco muito bacana), menus e etc.

Uma opção interessante que eles colocaram a pouco tempo é a possibilidade de você testar outros templates, inclusive editá-los, sem necessariamente mudar o site que está online. Depois de você fazer todas as edições que desejar, basta colocar no ar que ele irá substituir o site antigo.

Free Trial (14 dias)
Todas as funcionalidades

Personal ( US$10/mês )
Número limitado de páginas, hospedagem e banda

Pro ( US$20/mês )
Ilimitado

 

 CARGO

Esse foi por muito tempo o queridinho dos designers. Uma ferramenta fantástica. Em 2009 ele deixou de ser 100% free, mas ainda é uma das opções mais bacanas da internet. Seu foco é total no conteúdo, nos trabalhos a serem mostrados. Possui diversos designs para organizar o conteúdo. Ele também tem uma propósta de "rede social" que no fim, não vingou. Mas não deixa de ser uma opção. Algo que acontece com o Cargo Collective é que muitos escritório, estúdios e agências o usam não apenas como portfolio, mas como site completo da empresa.

Versão free
12 Projetos  •  3 Páginas •  100MB  • 16 designs  • CSS editável

Versão full ( US$5,50/mês )
Todas as funcionalidades

 

 BEHANCE

O Behance é uma das maiores plataformas do mundo quando se trata de portfólios para profissionais criativos, ainda mais depois de ter sido comprado pela Adobe. Ao contrário do Cargo Collective, o Behance funciona como rede social. Eu diria que funciona muito bem! Além de poder seguir seus profissionais/escritórios/estudios/agências preferidos e conseguir comentar em todos os trabalhos, você ainda pode criar coleções dos trabalhos que você acha interessante. Lá você encontra desde projetos de identidade, web, print e editorial até fotografia e advertising. Além do viés social, o Behance é um ótimo CMS para portfólios. Não existem limites de fotos, uploads e customização. Ele permite embedar videos de diversos sites, hiperlinks, imagens e PDFs do Issuu. E o melhor: é totalmente free. Para ter sua conta na rede, basta você ter um email!

Como pessoal do Behance não é tonto, há alguns anos eles lançaram uma versão mais avançada da ferramenta, que eles sabiamente batizaram de Behance ProSite. Com o ProSite você pode ter o site com URL customizada, layout profissional, nenhuma menção ao Behance e sincronização com seu blog. Mas o grande trunfo é a integração com seu perfil na rede social. Ou seja, você terá o trabalho de subir um projeto para a internet apenas uma vez. E isso é realmente uma mão na roda. Ah: não precisa de uma linha de código sequer.

O parte ruim é que desde seu lançamento o Prosite não recebeu nenhuma atualização importante. A dashboard ainda é a mesma, os mesmos temas e as mesmas ferramentas.

Você pode testar o ProSite a vontade. Só pagará quando decidir publicar o site.

Behance
Tudo ilimitado  •  Embedding de videos, Issuu, SlideShare…

Behance ProSite ( US$11/mês )
Custom URL  •  Site profissional  •  Sincronização com conta no Behance


 SEMPLICE

Serviço lançado em 2014. Bem, não é um serviço e sim um produto. Vou tentar explicar: o Semplice é uma espécie de tema para WordPress modificado. Ele funciona como o Visual Composer, contudo é talhado para construção de sites de portfólio. Algumas de suas opções interessantes são: a ausência de assinatura mensal (paga-se uma vez só); a disponibilidade de edição customizada para cada página, incluindo fontes, cores, menus e background; claro, tudo sem precisar programar nada, apesar de haver acesso total as linhas de códigos. Conversa muito bem com serviços de webfonts como Typekit, Google Web Fonts, Font Deck, Cloud.Typography e outros. Evidente, você precisará de hospedagem própria.

O único problema: não é possível testá-lo sem comprar. Contudo, existem alguns video no Vimeo da empresa que mostra suas funcionalidades.

Compra única ( US$89 )
Todas as funcionalidade

 

 FORMAT

Fundado em março de 2010, o Format cresceu e se desenvolveu desde que melhorou as possibilidades de personalização. Ele é o CMS mais simples de todos, com uma curva de aprendizado muito baixa. A dashboard é muito simples e conta com guias que facilitam ainda mais a gestão do conteúdo . O serviço dispõe de alguns temas prontos que podem ser customizados, além das edições já esperadas: tamanho de textos, cores e fontes e etc. Ele é focado em produtividade, por isso de sua simplicidade. Todos os sites feitos nele são responsivos, opções de blog dentro do site e ainda há suporte para Google Analytics. Uma das grandes vantagens de serviços como o Format é o suporte 24/7, não precisar se preocupar com largura de banda da sua hospedagem ou que picos de acessos venham derrubar site e etc.

Diferentemente do Squarespace, o Format não tem opção de desenhar páginas via blocos de conteúdo. Para cada tipo de página, ele já tem templates definidos, onde você escolhe e edita o conteúdo.

É uma opção muito mais simples e barata quando comparado ao Squarespace. Nessa decisão pesa muito o que você procura no CMS e quanto está disposto a investir.

A versão trial é válida apenas por 14 dias, sem precisar colocar cartão de crédito. Se você resolver continuar, tem três planos para escolher. O numero de imagens e páginas é o que difere um plano do outro.

Free Trial (14 dias)
Todas as funcionalidades

Basic ( US$5,75/mês )
Número limitado de páginas e imagens 

Pro ( US$10,75/mês )
Número maior de páginas e imagens  •  Edição HTML  •  Proteção por senha nas páginas

 

 DUNKED

Possivelmente o mais simples e direto ao ponto de todos os quais mostro nesse post, o Dunked é bem específico: se você quer um portfólio pessoal ou para sua empresa sem frescuras, sem um zilhão de possibilidades que mais te atrapalham do que ajudam, num design simples, direto ao ponto, o Dunked é a melhor escolha.

Com uma dashboard minimalista, você decide os projetos que vai subir, páginas, escolhe um dos 10 templates e publica. Simples assim. De tempos em tempos novos templates são lançados. Além disso, você decide cores, tipografia e algumas opções a mais. Nada muito extenso.

Free Trial (10 dias)
Todas as funcionalidades

Freelance ( a partir US$9/mês )
Número limitado de páginas, projetos e imagens 

 

 WORDPRESS

Claro, não poderia faltar o CMS mais famoso e usado no mundo. O WordPress (worpdres.org) é opção para quem quer desenhar o próprio site, mas também é para quem não quer, pois o que  mais existe na internet são temas para portfólio em diferentes lojas, que podem ser comprados por US$40 em média. Você compra e simplesmente coloca o conteúdo e corre pro abraço; ou pode modificá-lo para deixar com sua cara. Os temas mais novos, geralmente, estão vindo com Visual Composer instalado, o que abre o leque de edição de página de forma absurda.

Aos menos capitalizados, é possível encontrar temas gratuitos (como aqui e aqui). E aos menos capitalizados ainda, é possível usar a plataforma free (wordpress.com) pois lá já existem temas para portfólios disponíveis.

WordPress.org
Você precisa de um tema + hospedagem

WordPress.com
Gratuito

 

 TUMBLR

O Tumblr caiu nas graças da internet com seu estilo minimalista e rápido de postagens. Da mesma forma que aconteceu com o WordPress, muita gente está desenhando temas específicos para ele, como portfólios. A maioria é pago (na casa dos US$20). Mas se você está procurando temas gratuitos, esse site aqui fez uma boa compilação.

Tumblr
Você precisa de um tema

 

 CARBONMADE

Por muito tempo, pessoalmente, eu abominei o Carbonmade. Não apenas eu, mas diversos profissionais. Ele era feio (e aqui isso conta), destruía com a apresentação de qualquer trabalho e não tinha suporte. Mesmo assim, conquistou uma base gigante de usuários, o que fez com que percebessem que estavam perdendo uma oportunidade de negócio. Há pouco tempo o serviço foi redesenhado, recebeu templates novos e responsivos, uma dashboard que facilita a administração do conteúdo e versões pagas.

Ainda é um serviço simples, direto, sem muitas opções de customização, mas hoje é sim uma boa alternativa.

Basic ( Free )
Limite de números de páginas

Okay ( US$6/mês )
100 peças •  Suporte prioritários • Navegação customizada

 

Indexhibit
CMS. Precisa de algum conhecimento de programação
Precisa de hospedagem
Gratuito.

Stacey
CMS. Tudo feito por imagens e texto
Precisa de hospedagem
Gratuito

Type & Grids
CMS. Precisa de edição de arquivos HTML
Precisa de hospedagem
Gratuito

ViewBook
Simples e direto ao ponto
US$19/mês

LightCMS
Focado na gestão do conteúdo direto nas página
A partir de US$19/mês

Virb
Temas para diversos usos
US$10/mês

Berta
Simples, domínio customizado
A partir de US$4/mês

Dropr
Simplista, site em português
Free & a partir US$9,90

-

Agora é só procurar o que atende melhor suas necessidades e começar a subir as imagens. Sem mais desculpas para continuar com aquele “Site em construção”hein! Lembrando que nada escrito aqui é dito como verdade absoluta ou mesmo como receita de bolo. Estou apenas compartilhando minhas impressões que são totalmente baseadas em experiências pessoais. Tome esse texto apenas como um dos caminhos, mas encontre o seu. E depois volte e compartilhe com todos nós. Será um prazer!

Aliás, quero convidar aos que tiverem outro serviço de CMS para indicar a deixar sua contribuição nos comentários. :D

Coca-Cola: Nova identidade visual fruto de uma marca única

Posted: 09 Mar 2015 11:57 AM PDT

Aloha!

Hoje saiu a notícia de que a Coca-Cola está fazendo um movimento em busca de unificar suas marcas e, consequentemente, uma unificação das identidades visuais de seus principais produtos: Coca-Cola, Coca-Cola Zero e Coca-Cola Light (Diet).

Cada uma das marcas atua de forma independente, com atributos e valora próprios e por uma identidade visual própria, mais caracteristicamente pelo logotipo e cor da embalagem. Na nova estratégia visual, a gigante dos refrigerantes tenta unificar todas as marcas debaixo do característico vermelho e logotipo principal + cor do produto + assinatura. Tudo separado pelo famoso grafismo em onda, adotado pela marca na década de 1960, como parte de um primeiro projeto de unificação da marca a nível global feito pela Lippincott.

Evidentemente existem as variações regionais e essas devem ser previstas na nova identidade visual. No caso da Espanha, onde o projeto será testado, a organização do portfólio com todos os produtos ficará assim:

• Clique na imagem para tamanho completo •

A nova estratégia, se funcionar bem na Espanha, será adotada globalmente.

Opinião

Sabe que eu nunca tinha me dado conta dessa (pequena) fragmentação visual dos três produtos Coca-Cola? Ter latas em vermelho, prata e preto convivendo na mesma geladeira nunca me agrediu os olhos, a percepção ou mesmo a uma possível lógica da gestão de marcas. As razões disso eu não sei, mas provavelmente seja pelo fato de ser a Coca-Cola. Há coisas no mundo das marcas que as vezes não podemos explicar.

Contudo, a partir do momento que me foi apresentado essa fragmentação, não tive como não concordar que, apesar de tudo ser claramente Coca-Cola, perdia-se uma oportunidade de fortalecer ainda mais a marca, unificar o discurso a fim de fazer com que a marca tenha mais presença.

E a coisa ficou ainda mais clara pra mim depois dos resultados que encontrei após rápidas pesquisas. Mais que três linhas de produtos, o refrigerante Coca-Cola tem diversas ramificações de sabores e composições, dependendo o mercado de atuação.

Beira a insanidade!

Um evidente efeito colateral de uma marca gigante, que está praticamente em todos os países do mundo, que precisa se regionalizar, assumir sabores locais; que é atendida por diferentes agências de design e publicidade, que cria produtos e sub-produtos em velocidades diferentes e etc. É um problema que toda empresa adoraria ter, pois é fruto do sucesso. Mesmo assim, não deixa de ser incrível pensar que “A COCA” sofre com problemas de gestão da sua marca.

Enfim, a Coca-Cola Company percebeu que dava para unificar sua marca. E essa não é sua primeira tentativa. Já em 2012, houve um projeto de unificação das linhas de cada um dos principais produtos, feito pela Platform Inc. Manteria-se as cores das versões Zero, Light (Diet) e original e se criaria um padrão para identificação dos sabores.

Ainda teríamos três identidades distintas, mas seria um bom avanço. Seria, pois eu não consegui achar nenhuma informação que o projeto foi realmente aplicado. E apesar de não haverem mais informações, acredito que esse projeto não foi pra rua pois provavelmente a Coca-Cola Company percebeu que uma simples mudança no design das latas e rótulos não seria suficiente, que o projeto contemplava apenas uma parte do problema. Muito mais que isso, que seria um desperdício de esforços e se tornaria uma oportunidade perdida de fazer algo maior: unificar a marca como um todo.

Até hoje, cada uma das três linhas de Coca-Cola tem seu trabalho de branding e marketing separados. Cada marca tem seus atributos, sua comunicação, seu design, seu tom de voz e seu estilo e tudo se materializa em embalagens diferentes. O que resulta numa diluição da força e até do awareness da marca, além dos maiores gastos do setor de marketing da companhia

Com essa mudança de estratégia na gestão, unifica-se as três marca e suas variações debaixo de uma única marca, um único visual, um único discurso, com os mesmo valores e atributos.

Mais que uma mudança estética, a “Coca” está buscando uma única imagem. E isso já se evidencia na nova assinatura visual, onde aparece o logotipo em cima das quatro garrafas.

Sobre o design

Com essa estratégia em mãos, a solução visual foi direta:

1. Vermelho, logotipo e onda presentes de forma universal;
2. Submarcas identificadas pela cor secundária, mantendo a conexão com o design antigo + logotipo da linha;
3. Sabores identificadas por círculos;
4. Variante “Sem cafeína” identificada pela onda em outra cor.

De todas as soluções, a única que me gerou um pequeno grau de insatisfação foi a onda marrom, na versão “descafeinada”. Mas é apenas uma questão pessoal. Do ponto de vista de solução, ficou com a mesma característica das demais: manter uma conexão com o que era feito antes. Minha professora da pós que deve estar gostando isso.

“Ah Daniel, mas achei feio pra caramba essas latas.”

Então, ai caímos na discussão pessoal de preferências estéticas . O projeto é bem pensado, é resultado de uma mudança estratégia. Irá economizar alguns milhões a empresa, sem contar que uma estratégia unificadora permite uma gestão unificadora. Se esse projeto tiver sido ainda mais profundo, a Coca-Cola Company pode estar criando uma plataforma que sustente futuras mudanças nas linhas de produtos, sem que isso signifique ter que redesenhar tudo de novo.

O que temos aqui meus queridos é o Design a serviço da solução de problemas.

Se vai funcionar ainda não sabemos. Nem a Coca-Cola sabe pois, se soubesse, não aplicaria a estratégia em um país apenas. Somente alguns meses, pesquisas e balanços poderão nos dizer.

De qualquer forma, é o maior avanço na gestão das marcas desde o projeto da Lippincott. O que acham?

Curvas Bézier: você entende?

Posted: 12 Feb 2015 01:42 PM PST

Aloha!

A Method of Action, um site com ferramentas, textos e principalmente jogos para quem quer aprender sobre Design (entre eles o famoso The Kerning Game) lançou o The Bézier Game.

Apesar de ser uma ferramenta diária nas mãos de designers, a forma como as curvas Bézier funcionam ainda é uma incógnita para muitos, que acabam fazendo uso dela na base do feeling. Esse joguinho bacana vai ajudar geral a aprender a como usar, de forma efetiva a Pen Tool no Illustrator. LINK

Fica a dica para vocês!

Uma marca para a Libertadores da América

Posted: 04 Feb 2015 08:45 AM PST

Aloha!

Quem me conhece, ou me acompanha pelas redes sociais, sabe o quanto sou fã de esporte. E claro, o primeiro deles é o futebol. E por conta da minha atuação profissinal, não teria como não olhar para os esportes também sob um ponto de vista mercadológico, de produto a ser consumido. Por esse motivo sempre estou lendo sobre marketing e branding esportivo, acompanhando as grandes ligas européias (UEFA Champions League, Premier League, Bundesliga) as sensacionais ligas americanas (em especial NFL e NBA) e sempre babando em como esses caras conseguem fazer do esporte um produto de extrema qualidade e lucrativo. E claro, isso passa pela gestão das respectivas marcas.

A inevitável comparação com a gestão do futebol brasileiro e sul-americano também não poderia faltar. Por esse mesmo motivo, meu trabalho de conclusão de curso na pós-graduação em Design Estratégico de Marcas era o estudo e estruturação de uma marca para o campeonato brasileiro de futebol. Por falta de tempo para me dedicar a ele, esse trabalho nunca tomou o corpo que eu desejava e está aqui na gaveta, infelizmente.

Mas tem mais gente interessada nesse mesmo assunto e fazendo um trabalho excelente. É o caso do Ricardo Carvalho e Rodrigo Levenzon, especialistas em branding que fizeram um projeto não-oficial a fim de tentar entender alguns dos atributos do futebol da América do Sul afim de projetar uma marca para a Copa Libertadores da América.

Interessante ver como eles usaram o fato de que nessa região do planeta não existem grandes estádios ou grandes jogadores aos montes. Mas existe algo que, com exceção da Alemanha, anda faltando na Europa (por várias razões que não colocarei em questão agora): torcida quente! Com certeza é o atributo que nos diferencia dos que estão do outro lado do Atlântico.

O projeto é maravilhoso, bebeu das fontes certas e é muito bonito. Usaram a história das antigas civilizações sul-americanas com uma das bases para a tangibilização do projeto, um golaço! Destaque para o lettering que está soberbo e para a tipografia da marca.

Mostra que com um pouco de trabalho é possível dar uma CARA para a Copa Libertadores da América. Não é preciso ser especialista para saber que isso tornaria o produto muito mais interessante para novos patrocinadores.

Apesar de ser um projeto apenas para fins de estudos, é interessante comentar um fato apontado por um leitor do BrandNew: as referências do projeto fazem lembrar o Independiente, clube argentino conhecido como Diabos Vermelhos e que é o recordista de títulos da competição. Outro ponto importante: algumas aplicações eu vejo como impossíveis, principalmente por conta da cor e das torcidas. Talvez em um projeto oficial, isso teria que ser repensado para não criar repulsa em outros clubes, principalmente os que tem como rivais locais clubes que usam vermelho. Mas evidente que isso são detalhes que não tiram, nem um pouco, o brilho e a importância do trabalho do Ricardo e do Rodrigo.

Para ver (e ler) o projeto completo, corre lá no site que eles criaram que está supimpa! LINK

Best Bairro Brands

Posted: 24 Sep 2014 09:17 AM PDT

Aloha!

A Interbrand SP está realizando o Best Bairro Brands, uma pesquisa que objetiva levantar as melhores marcas de bairro de São Paulo. Qualquer pessoa pode participar e o estudo será lançado junto com o ranking das Marcas Brasileiras Mais Valiosas 2014.

 

Samsung: para mudar o logo teria que mudar um pouco mais

Posted: 16 Sep 2014 06:55 AM PDT

Aloha!

(Sim sim salabim! O LOGOBR está vivo e forte!)

Há algumas semanas pipocou na minha timeline um projeto de redesign da tangiblização (identidade) visual da Samsung, feito pelo designer Aziz Firat. Um projeto “para compor portfólio”, mas nem por isso sem méritos.

Samsung precisa de um ícone que seja reconhecível, que una todos os produtos.

Inspirado no famoso projeto Microsoft rebranding concept de Andrew Kim (que inclusive rendeu um emprego em Redmond ao rapaz), Aziz resolveu pegar a bagunçada estratégia de marcas, sub-marcas e sub-sub-marcas da Samsung e colocar debaixo de um único e simples ícone.

 

Tem mais um monte de imagens no site do rapaz, vale a pena passar lá depois ;-)

O REAL MOTIVO: UM ÍDOLO

Hoje não basta ser apenas o líder de vendas em determinado setor, como a Samsung se tornou há pouco tempo. Não apenas vender mais, você precisa conquistar, fidelizar, ter admiradores (sendo bem raso em minhas palavras), advogados da marca e, na melhor hipótese possível, ter uma marca que faz parte da cultura pop dos jovens. Isso garante prestígio, mindshare e uma marca mais perene. E se vamos falar além da liderança nos números de vendas, não tem como não falar da marca arquirrival que a empresa coreana busca superar: a Apple. E nos aspectos que citamos, a marca estadunidense ainda dá um banho em 95% das empresas do mundo, apesar de tudo o que (não) está acontecendo por lá.

Nesse contexto, a Samsung busca ser mais cool, hype. Tão verdade que vemos, e não é de hoje, diversas ações da marca:

-patrocinou a selfie mais bacana no ano durante o Oscar que vale US$2.2 bilhões (alguns dizem que a selfie mais legal foi a do garoto com Paul McCartney);

-está patrocinando Kelly Slater, Gabriel Medina e o circuito mundial de surf profissional;

-montou o Galaxy 11 com um lineup que inclui Lionel Messi e Cristiano Ronaldo;

-teve até o polêmico caso da selfie entre David Ortiz e Barack Obama, que foi uma ativação da Samsung sem o presidente Obama saber.

Enfim, diversos casos mostram como a Sammy está derramando dinheiro para brigar com a Apple não apenas em vendas mas também em ser uma lovemark.

Chovendo no molhado: a Apple ainda (e não se sabe até quando) é muito boa quando se trata de ser desejada como marca de consumo. Ela é a personificação do que é ser uma “marca icônica”. Tem seguidores fiéis que ela cultiva e tenta, a cada novo lançamento, mante-los. Vários deles são verdadeiros fanáticos, quase como uma religião.

E aqui a história começa a ficar divertida. Pois existe algo que toda religião tem e que a Apple, sabiamente, cultiva para ter também: um identificador, um representante visual, algo para ser venerado, adorado, um ídolo.

No Cristianismo, esse símbolo chamd de cruz; no Islã, o crescente e a estrela; no Judaísmo, a estrela-de-davi e/ou menorá; no hinduísmo, o OM; saindo das religiões (ou não), no Nazismo, a suástica; na Apple, a maça mordida.

Dei toda essa volta pra chegar aqui: um símbolo desse porte, com esse poder agregador de significados, com essa envergadura, a Samsung não tem. Nem de longe. E é esse ponto problemático que foi muito bem detectado pelo Aziz: a falta de um símbolo-mor, de algo que possa reunir toda a cultura, atributos e significados que a marca tem tentado construir, um sinal que possa ser venerado.

IDENTIDADE COESA

Além dessa boa sacada do Aziz, projetos não-oficiais como esse, Microsoft ou mesmo como o da HP (que era oficial e depois não foi mais), demonstram um dos grandes problemas que muitas companhias bilhonárias enfrentam e que quero trazer à pauta: a falta de gestão das marcas. E nem estou falando da gestão mais abrangente, me refiro ao visual mesmo. Gerir o visual da marca.

Nem só de símbolo viverá a marca. Identidade visual coesa, bem definida, clara, objetiva, original. Elementos visuais que ajudam na formação da imagem da marca como um todo e não imagens distintas para cada produto/linha. Isso também falta para a Samsung. Algo que seja único para a marca e que colabore para sua identificação.

(Não estou entrando no mérito de se a empresa é essa marca de dentro pra fora ok. Apenas uma análise do que vemos nas lojas.)

NAMING: TAMBÉM É ISSO

Apesar dessa falta do símbolo-mor ser algo contornável, o caso da Samsung fica sério se olharmos a gestão de nomes de marca e sub-marcas. Olha só isso:

Sério? Além do Galaxy S temos o Galaxy Tab 3/4 e um Galaxy Tab S? E ainda tem o Galaxy Tab Pro, Galaxy Note, Galaxy Note Pro, Galaxy Note Edge?

Isso sem contar Galaxy Gear, Galaxy Y, Galaxy S Mini, Galaxy Duos, Galaxy S Mini Duos, Galaxy Note 3 Neo, Galaxy K Zoom, Galaxy Grand, Galaxy Grand Neo, Galaxy Win, Galaxy Pop, Galaxy Premier, Galaxy S4 Zoom, Galaxy Alpha…

Se não acredita uma rápida googada revelará não apenas esses, mas outras sub-sub-sub-marcas e modelos. Isso só da linha Galaxy!

Se a Samsung quer ter aparelhos em todas as faixas de preços, com diferenças de 40 dólares entre eles, tudo bem. É legítimo e, ao que tudo indica, bem lucrativo. Mas não seria mais inteligente haver uma estratégia de naming para esses produtos? Pelo menos uma regra de nomeação de produtos? A primeira regra poderia ser “não criar novos nomes”.

É evidente que existem marcas demais. Não precisa ser profissional, não precisa ser expert pra saber que o consumidor “reles mortal” (não estou falando dos fanáticos por tecnologia) não entende 10% disso. Faça um teste: pergunte pro seu pai, pro seu tio, pra sua irmã fashionista. No fim, ninguém entende nada desse monte de nomes, linhas e produtos quase iguais. Para o consumidor, no máximo, é um “comprei um celular/tablet Samsung Galaxy”.

AH SE FOSSE APENAS CELULARES E TABLETS…

Estamos comentando sobre apenas uma pequena parte da divisão de eletrônicos. Como é que faz se colocarmos na mesa que a Samsung atua em negócios extremamente distintos, não apenas como grande corporação mas como marca também:

E seu eu te dizer que existe mais divisões do que essas ai de cima? E se você descobrir que para cada negócio, há sua própria assinatura? Dá uma olhada no que encontrei por ai…

Televisores

Equipamento de audio/video/foto

Computadores

Semi condutores

Máquinas de lavar/Geladeiras/Aspiradores de pó

Memórias de computador

Lâmpadas

Engenharia

Indústria química

Mercado financeiro (crédito e seguros) 

Varejo (shoppings)

Fabricação de embarcações

Hospitais

Equipamentos hospitalares

Parque de diversões

Industria petroleira (join venture com a BP)

E a lista continua.

Aí eu pergunto: como, meu Deus do céu, repensar uma marca com foco em torná-la um ícone da cultura se é a mesma marca usada num pente de memória DDR ou em um trator?

Marca única só para eletrônicos? Um novo posicionamento para a marca (o que levaria a abrir mão de alguns negócios)? Desmembrar as divisões? Formar uma holding a la Unilever? Opções existem, o duro é ver motivos suficientes para fazer. Um projeto como esse, só de pensar já deve dar preguiça no pessoal lá na Coréia do Sul. Ai eles olham os lucros, as ações, dividendos, crescimento dos números…

NO FIM

Dentro desse contexto sobre o que fazer, veja algo: todos aqueles patrocínios e ativações da marca que citei acabam sempre referenciando a linha de smartphones e tablets da empresa, mais específicamente a linha Galaxy. Interessante fazer essa observação, pois a Samsung apesar de ser gigantesca, investe pesado em marketing pensando nos celulares e tablets.

Apesar de todas as suas inúmeras atividades, eles querem tornar a marca Samsung Galaxy cool. Por que? Bem, porque um celular é muito mais sexy do que um navio para extração de petróleo, não acha?

No final das contas, o projeto experimental e sem qualquer compromisso de Aziz Firat ajuda trazer a luz um problema crônico da Samsung: uma empresa gigantesca, lucrativa e que não sabe como tornar sua marca um ícone. Ou não?

Arrebentem nos comentários! :D

-

PS: MATERIAL PARA DOWNLOAD

Pesquisando para esse post, encontrei um PDF chamado Samsung Profile 2013, que celebra os 75 anos da empresa, mostra projetos que ela desenvolve atualmente, matérias especiais com as principais cabeças da companhia, números e projeções para o futuro da empresa. Muito bacana!

Obrigado monstro aos queridos Ricardo Barros, Cecilia Consolo, Ana Carolina Lima Silva, Isabela Amorim, Riacrdo Bonifacio, Garbiel Lira e Chico Neto que me deram as dicas necessárias para acertar a paginação desse PDF <3

Reebok: novo logo, velhos atributos, novos ares

Posted: 09 Mar 2014 09:24 PM PDT

Aloha!

Fundada em 1895 na Inglaterra por Joseph William Foster, sob o nome de J.W. Foster & Sons, a Reebok tornou-se uma das marcas mundiais para calçados e artigos para prática de esportes. Foi um dos grandes players do mercado de calçados esportivos durante os efervecentes anos 1980, antecipando tendências do mercado, como os exercícios aeróbicos, e com produtos icônicos como o tênis Reebok Freeslyte (hoje vendido com Reebok Classic). Até dois anos atrás era a fornecedora de materiais para os times da NFL, um dos contratos mais cobiçados do mundo (hoje nas mãos da Nike), e até 2007 na NBA, depois substituida pela Adidas.

Vivendo das glórias do passado e amargando prejuízos, em 2005 foi comprada pela Adidas AG em um dos inúmeros movimentos da gigante alemã em busca de se tornar a maior do mundo. Em 2011, assinou um contrato com o movimento CrossFit e, desde então vem produzindo produtos para aeróbica e fitness sob a marca Reebok Crossfit e fazendo uso do “delta logo”.

Com o relativo sucesso dessa divisão, a Adidas AG resolveu mudar de vez os rumos da Reebok: a marca deixará outros esportes como atletismo, basquete e até o futebol, e terá 100% de foco no mercado fitness, se voltando ao mercado que elevou a marca à internacionalização. Com isso, a adoção do “delta logo” como símbolo central da marca era um movimento quase certo.

Segundo Matt O’Toole, gerente global de marca da Reebok, foi escolhido um delta para simbolizar os três atributos da marca:

Este é o nosso símbolo para a mudança. O delta tem três partes distintas, representando cada uma das mudanças positivas que as pessoas podem experimentar: as mudanças físicas, mentais e sociais (…) a nova marca representa um propósito definido e servirá de inspiração para aqueles que buscam uma vida mais plena por meio de exercícios físicos.

Video de lançamento do novo logo

• Belíssima aplicação na fachada da loja •

• Miranda Kerr no primeiro comercial assinado pelo novo logo •

O design

De 1980 pra cá, a Reebok sofreu diversas mudanças em seu logo em períodos extremamente curtos. Com as idas e vindas de alguns do símbolos mais usados, a impressão que se tinha era de que marca não tinha um direção firme para si, ou que estava sendo submetida ao acaso da troca desenfreada de símbolos e identificadores por razões não-estratégicas.

Desde 2005/6, quando foi comprada pela Adidas AG, ela teve um pouco de paz, que foi interrompido em 2008 com a adoção do (na época) tão criticado lettering. E agora, seis anos depois, se adota um novo símbolo para marca. Ou seja: temos a construção de uma nova identidade, propositalmente ou não, praticamento do zero, num período de seis anos. Sem mudanças brutais, sem grandes transgessões. Assim, tudo fica mais fácil de ser digerido, tanto pelo público interno como o externo.

Apesar da tradição do lettering dos anos 80, da bandeira britânica e dos outros símbolos usados pela Reebok, continuar renovando a cara da marca é um bom movimento, visto que é uma empresa com novo posicionamento e que, mesmo com foco voltado para o mesmo mercado que ajudou a criar na década de 1980, entende que hoje o perfil do público é diferente, a dinâmica do mercado é diferente, os players são outros.

Usar dos atributos que a fizeram grande, mas numa cara diferente.

• Créditos: Brademia •

A estratégia

Desde que me entendo por gente, conheço a Reebok. Foi uma grande marca, a ponto de brigar com Adidas e Nike. Houve uma época da minha pré-adolescência que tudo o que eu queria de aniversário era um tênis de basquete da Reebok. Mas isso foi há um bom tempo.

Em 2014, a história é aquela de sempre do capitalismo moderno: marcas que outrora foram gigantes, entram em um período de acomodação, definham na inovação, conhecem os prejuízos e acabam sendo compradas por concorrentes.

Nesse caso, a Adidas foi mais inteligente com a marca Reebok do que a Nike foi com a Umbro: ou invés de depenar o prestígio da marca comprada, tirar todos seus mais talentosos designers e outros funcionários, clubes e seleções patrocinadas e depois vender a marca por uma mixaria (que foi o que a Nike fez), a Adidas usa do prestígio e DNA já presente na marca Reebok para atacar com força total um mercado que Nike, Puma, Fila, Mizuno e nem a própria Adidas fazem tanta questão: fitness, aeróbica, yoga, dança, treino (academia) e outdoor sports.

• Um pouco do que a Reebok irá vender •

A Reebok já tem tradição nesse mercado por conta de seus produtos e marketing na década de 80. Muito inteligente por parte da Adidas AG em continuar a usar essa marca e seu posicionamento para ser líder também no mercado fitness.

Já que a marca está focada em fitness e tem um contrato com o movimento CrossFit, por que continuar dando murro em ponta de faca, atuando em outros esportes e dando prejuizos, se a pequena divisão CrossFit está indo bem? Alguém dentro da Adidas AG teve a grande ideia: vamos deixar essa marca somente em fitness de uma vez por todas, aproveitando os atributos já existentes e adotar o símbolo já usado.

Ponto para a Adidas AG.

Design Estratégico de Marcas em Campinas

Posted: 26 Jan 2014 10:09 AM PST

Aloha!

Abrindo, oficialmente, os trabalhos de 2014 aqui no LOGOBR, um ano que teremos novidades, incluindo novo site. Aguardem!

Enquanto isso, preciso divulgar algo para vocês. Quem anda por aqui sabe que não constumamos publicar posts de eventos e etc., para isso temos a coluna promocional aqui do lado. Mas, como foi em 2012, terei que abrir uma exceção hoje.

A Facamp, faculdade onde fiz pós-graduação (aprimoramento profissional), está com inscrições abertas para os cursos de pós em design e negócios 2014. Entre eles, está a jóia mais linda e preciosa da “cena acadêmica” da região de Campinas:

A Facamp está com vagas abertas para a nova turma do curso de pós-graduação (aprimoramento profissional) Design Estratégico de Marcas, que é ministrado pela super competente, estudada, inteligente e didática Cecilia Consolo. Fiz esse curso em 2012 e posso garantir: vale a pena demais!

A única reclamação que nossa turma teve ao final do curso foi que o conteúdo, apesar de fantástico, era muito corrido. E tanto a Cecilia como a Facamp ouviram nossas vozes e, dessa vez, o curso terá duração de um ano!

Para quem não conhece a (lenda) Cecília Consolo:

Profª. Dra. Maria Cecilia Consolo

É designer e doutora em Ciência da Comunicação pela USP, tem 30 anos de experiência em desenvolvimento de projetos de comunicação e design, Identidade e gestão de marcas, e projetos de Identidade Corporativa para grandes empresas e organizações.Iniciou sua carreira em 1979, atuou na agência J.W.Thompson, Grupo Duratex e Grupo Dreyfus como gestora de Identidade Visual.É sócia diretora da Consolo & Cardinali Design desde 1986, escritório de design que, por quatro biênios consecutivos, foi considerado uma das 50 melhores agências de comunicação do país.Constantemente é convidada a participar de júris de importantes concursos nacionais. Representou o Brasil em várias mostras internacionais, seus trabalhos já foram expostos no Eua, México, França, Chile, Croácia, Portugal, Peru , Republica Tcheca, Argentina, Japão e Bélgica, além de várias mostras no Brasil. Recebeu vários prêmios entre eles o 1º lugar por 3 vezes no Prêmio Max Feffer e duas no Prêmio Fernando Pini. Desde 2006 está a frente do Lab Cognitivo, escritório voltado a pesquisa em consumo, imaginário cultural e design.

O curso será de 128 horas e vai abordar diversos temas recorrentes para empresas de design e branding. Em casos como o meu (na época estava abrindo a Anora Campo), um curso como esse ajuda muito na definição de metodologias e etapas para projetos. Para profissionais, é a oportunidade de aprofundamento em branding, sem precisar ir pra São Paulo. Dá uma olhada na ementa:

  • Identidade e Cultura – Origens dos sistemas de marcas.
  • Significado de Marca
  • Nomenclatura das marcas contemporâneas.
  • Branding e o Projeto de marca.
  • Naming.
  • Posicionamento e a Plataforma da marca
  • Personalidade de marca e a construção da identidade da Marca
  • Design de Marca – Conceitos fundamentais
  • Expressões da marca
  • Família de Marcas e Sub marcas
  • Arquitetura de Marca
  • Portfolio de Marcas – Empresas, Produtos e Serviços.
  • Fusões e o design da identidade da nova marca
  • Extensões de marca
  • Brand Innovation
  • Sistemas tradicionais de gerenciamento da identidade corporativa.
  • Manual de identidade – funções e aplicação.
  • Brandbook – funções e aplicação.
  • O Guia de expressão da marca – Expression guideline.
  • A Gestão da estratégia de comunicação da marca.
  • Método para gerenciamento, manutenção e inovação da Identidade de Marca.

Para todas as informações, acessem o site do curso.

Muitas pessoas da Campinas e até de cidades mais distantes, tanto clientes quanto pessoas que assistem minhas palestras, me perguntam sobre a pós-graduação que fiz. Meu discurso é sempre o mesmo: faculdade renomada, estrutura fantástica, professora sensacional e um curso que muda sua visão sobre como trabalhar com branding e gestão de marcas.

Indico esse curso de olhos fechados, ainda mais agora sendo ministrado em um ano. Até para pessoas de outras cidades é viável pois as aulas são semanais.

E claro, não é nem necessário dizer que a Facamp é uma das melhores e mais respeitadas instituições de ensino privado do Brasil. Para quem não conhece, convido a dar uma volta pelo site da faculdade ou pelo Google para conhecer, por si mesmo, a história, quem são os fundadores, a estrutura e quem são os ex-alunos. Acredite, estudar na Facamp é outra coisa!

Inscrições até 14 de fevereiro e com vagas limitadas! #GO

Novo logo Yahoo: um mal necessário, um grid desnecessário

Posted: 14 Oct 2013 07:52 AM PDT

PARTE 1

Aloha!

Há muito anos, numa das várias vezes que quebrei um dos braços, ao estar esperando para colocar gesso lembro de ver pela primeira vez uma matéria sobre um jovem empreendedor, CEO de uma empresa que valia 6000% a mais do que quatro anos antes, onde sua importância era comparada a Henry Ford e Bill Gates.

Tratava-se de Jerry Yang (e David Filo), fundadores do ‘catalogador’ e indexador de páginas na internet Yahoo!, um dos sobreviventes do estouro da bolha da internet no ano 2000 e que começava a enfrentar a fusão de TimeWarner e AOL. Na época até se especulou que o Yahoo compraria a Disney! Apesar de alguns erros em informações dadas, vale a pena ler a matéria. Só clicar na imagem e ir até a página 114.

Bem, mais de 13 anos se passaram desde que saiu essa matéria, e o Yahoo! passou de inovador e relevante a “um dos concorrentes do Google”. Encurtando a história: os fundadores sairam da direção da empresa, entrou uma nova CEO que não conseguiu fazer o que se esperava, até que em julho de 2012 eles contratam Marissa Mayer, tirando a moça do Google e a colocando para liderar o Yahoo!. Desde então, em pouco mais de 14 meses na direção, Marissa tem realizado uma grande revolução na empresa: encerrou uma dúzia de empresas/serviços que não davam lucro ou não eram relevantes para o futuro da empresa, comandou pessoalmente a compra de 21 startups (entre elas o Tumblr) e devolveu o orgulho de seus funcionários. Além disso, está comandando o redesenho de serviços e apps da empresa, buscando transformar o Y! numa empresa móvel. E a dona Mayer já mostrou todo seu “googísmo” no novo Yahoo! Mail.

E no meio disso tudo era quase que certa uma mudança no logotipo da empresa, visto que ele permaneceu quase intocável por mais de 17 anos e que não combinava/comunicava os novos ares, principalmente com seus novos apps para smartphones. Ainda mais sendo uma demanda de usuário (veremos isso mais abaixo). E de fato, o redesign veio no dia 4 de setembro/13.

• O aposentado logo dos anos 90 •

E antes de mostrar o novo logotipo, durante 29 dias eles mostraram 29 estudos que, provavelmente, foram produzidos durante o processo de redesenho.

E não apenas isso, no dia do lançamento eles divulgaram um vídeo mostrando o “craft behind our new logo”.

E antes que você diga: sim o logotipo está escrito em Optima. Editada e escalopada. E sim, está cheio de problemas esse lettering. O pessoal do Fonts In Use fez um ótimo e curto texto sobre esses problemas.

O trabalho foi feito “em um final de semana”, pela própria Marissa Mayer, Bob Stohner e alguns assistentes.

E é isso.

Opinião

O logotipo poderia ser melhor, muito melhor. Contudo, representa de forma infinitamente melhor o momento do Yahoo do que o antigo. Era necessária essa mudança/atualização, e ela veio. Não da melhor forma possível, mas veio. Do males, é menos pior. Apenas pense no novo Yahoo! Mail com aquele logo “90′s of David Carson”? Não dá.

Não vejo o Design Gráfico como um fim em si mesmo, mas como uma ferramenta de negócios e gestão de marca. Acredito, hoje, que podemos ver, pensar, trabalhar e analisar o Design de três formas:

1) Sob o ponto de vista artístico/técnico;
2) Sob o ponto de vista dos negócios;
3) Sob o ponto de vista “artísco-negócios”.

Esse meu comentário é um pouco com o olhar 3: o logo não é tão bonito, sofre de problemas técnicos, mas está anos-luz a frente do antigo, que o Fast Co.Design genialmente chama de “clown logo”; comunica melhor o novo momento da empresa e própria empresa em si (de alta tecnologia, não um rancho de férias no oeste estadunidense) e se integra melhor as novas interfaces do Yahoo!. Funciona.

Como disse, poderia ser melhor. Poderia, talvez, ser mais ousado se levarmos em consideração os 29 dias de espera e a ansiedade que aquilo criou. Poderia ser um logo que tiraria nosso fôlego e nos daria aquele sentimento de “como queria ter feito isso”. Não é. Mas mesmo assim não deixa de ter seus méritos e de cumprir seu papel. Ainda mais se levarmos em consideração que ele foi feito num final de semana e com direção da CEO da companhia.

Conclusão

Tirando a forçação de barra do vídeo, a falta de conhecimento de colocar as letras dentro de um grid, do espacejamento duvidoso de AHOO e das letras O gigantescas, gosto do logo. Sério! No fim das contas, ele é simpático, tem algum mérito. Por que digo isso? Porque minha base de comparação está sendo o antigo logo. Seria bem difícil ficar pior.

Também gosto da decisão de colocar volume no lettering (gosto da decisão, não da execução). Por que? Bem, quando todos estão ficando flat, incluindo o próprio Google e seu logo, o Yahoo! vai lá e fica volumoso. Ousado!

Manteve alguns traços da origem. Continua com um ar excêntrico e divertido sem ser banal. Aliás, falando sobre diversão: a cada dia, o ponto de exclamação trará uma nova animação, algo como o Google faz com seus doodles.

Gosto sempre de dizer que um logotipo “não faz verão sozinho”. Olhem os novos apps, redesign do sites, Yahoo! Mail. Existe um ecossistema sendo construido em torno desse logotipo. E analisando o todo, é uma ótima evolução.

Entretanto, tenho comentários sob o ponto de vista 1. Evidentemente que não é só porque o logo funciona e é melhor que seu antecessor que não podemos/devemos falar sobre problemas técnicos, sobre processo e sobre alguns outros detalhes que, não apenas o Yahoo!, mas muitos de nós estamos fazendo para “justificar” nossos trabalhos.

PARTE 2

O novo logo: olhar técnico

Antes de revelar seu novo logotipo, o Yahoo! anunciou uma espécie de pré-lançamento: durante 29 dias mostrou diferentes versões do logo da empresa até que no 30º foi revelado o novo logo. Confesso que achei interessante a iniciativa, visto que redesigns de marcas mundiais tendem a ser difíceis de ser aceitos, ainda mais nos tempos de internet, na qual todas as vozes podem ser ouvidas. A Gap que o diga. Logo, diminuir esse impacto foi talvez o maior trunfo dessa estratégia. Além disso, ela entregou algumas das decisões sobre o design que o Yahoo! tomou: ainda um logo tipográfico, ainda utilizando o púrpura como cor e a presença do ponto de exclamação.

É interessante observar que segundo palavras do vice presidente de Brand Creative do Yahoo!, Bob Stohner, ao site Fast Co. Design, apesar da nova estratégia de condução da empresa que Marissa Mayer colocou pra funcionar, principalmente com o foco no mobile e no redesign de seus apps e serviços, não estava previsto um redesign do velho logo. Isso mudou, ainda segundo Stohner, depois que eles receberam feedbacks dizendo que o logo não combinava mais com o design dos novos apps. E como disse o Co.Design, “quando seus usuários dizem que tua marca não bate com seus produtos/serviços, é hora de mudar.”

Foi o que o Yahoo! fez. Não faço ideia de quantos emails eles receberam falando sobre isso, mas deve ter sido o suficiente para mobilizar a CEO da companhia para buscar uma solução.

O único serviço do Yahoo! que uso é o Email, ainda assim redirecionando tudo para outra conta. Mas é interessante ver que enquanto não houve esses ventos de mudança na empresa, com nova abordagem de seus serviços mobile, principalmente sob o ponto de vista do design e interfaces, ninguém falou sobre o logotipo da empresa. Ela era ruim, mas ninguém comentava. Ninguém se importava. A partir do momento que a companhia reage e melhora sua oferta, passa haver uma discrepância entre a experiência do usuário com o ídolo da marca, seu logotipo.

Quem disse que somente pequenas empresas tem problemas de comunicação com suas marcas, não é mesmo?

Então com a decisão de reformar o logotipo, Marissa Mayer e Bob Stohner começaram a se mexer. Elegeu-se alguns pontos que o novo logotipo deveria responder (que vocês podem ver no blog da Marissa Mayer), e um deles me chamou muito a atenção:

Queríamos que houvesse uma consistência matemática para o logotipo, realmente puxando-o para uma marca coerente.

E, ao meu ver, é aqui que começam o problemas técnicos do logotipo do Yahoo!.

Em 2012 tive o prazer de fazer um curso sobre tipografia com Fabio Haag em SP, onde ele disse a mais célebre frase daqueles dias enquanto falava sobre compensação óptica para as letras: na tipografia o óptico é mais importante do que a matemática. E isso acontece simplesmente porque nossos olhos são extremamente sacanas com a gente.

Por conta disso a tipografia é cheia de compensações que matematicamente estão erradas, mas que ao olho humano se tornam corretas. Falei um pouco disso no meu artigo sobre o redesign da identidade visual da Nivea, até mostrando alguns exemplos.

E muitos designers (muitos mesmo), desconhecem isso. Pior: pensam que tudo ‘deve estar milimetricamente alinhado’, e ai me colocam as letras da fonte dentro de linhas, percebem que muita coisa matematicamente não bate e saem editando tudo.

E o problema nem está no editar, está em editar errado. E foi exatamente o que o pessoal do Yahoo! fez: pegaram a Optima e ‘”buscando por consistência matemática para o logotipo”...

“Aqui está o modelo do que fizemos, chamando um pouco do que era cool/matemático.” Marissa Mayer

A falácia do grid

Procurar por “consistência matemática” em uma tipografia é tão errado que não dá pra acreditar que ninguém lá dentro falou isso pra ela. Ritmo, harmonia, consistência na formação de logotipos são feitos exatamente através da compensação óptica, que é uma quebra matemática.

Mas se não bastasse, Marissa ainda encomenda um vídeo com seu estagiário para mostrar o “craft behind our new logo”. Tanto essa frase como o vídeo, sugerem que as letras foram desenhadas, o que é, no mínimo, má fé. Caramba, o logotipo é todo baseado na Optima, as duas letras O não sofrerem nenhuma alteração. E ai você cria um vídeo dando a entender que o desenho disso é seu? Pior: chama isso de craft, que no inglês indica uma atividade que envolve a habilidade de fazer coisas com a mão.

Vídeo, textos, crafts e principalmente grids. Tudo uma tentativa de justificar as decisões de design no trabalho. Mais que isso, uma tentativa de trazer uma percepção de “trabalho duro” para o resultado. E a grande desgraça disso tudo é que, por ser uma estratégia usada por uma grande empresa, isso valida de alguma forma esse tipo de comportamento, tão comum entre designers.

O fato de se ter um logo somente tipográfico, não é demérito nenhum. Ao menos não deveria. O trabalho de uma equipe de design ao desenhar a identidade visual de uma marca vai muito além do logotipo. Se trata de uma identidade, de um sistema composto por vários atores. O papel de uma equipe de design, ou mesmo de um único designer, é de entender um contexto, uma problemática muito maior e de sugerir uma ou varias soluções, seja ela um símbolo com desenho extremamente elaborado ou um nome escrito em Comic Sans!

Se sou contra o uso de grids/malhas construtivas? Claro que não!

Farei o mesmo comentário que já fiz outras vezes: é um processo, as vezes necessário, as vezes não tão necessário. Alguns designers não conseguem trabalhar sem a malha construtiva; outros se sentem presos. A questão não é o uso do grid em si, mas da tentativa de usá-lo em favor da apresentação do trabalho, buscando algum status com isso ou mesmo tentando vender a ideia (seja para o cliente ou para o mercado) de você se esforçou muito para desenhar aquilo.

No caso do Yahoo!, o que aparenta é exatamente isso: mostram que não foi simplesmente uma escolha pela Optima e pronto, mas que foi a Optima e um processo monstruoso e extremamente doloroso de redesenho total, usando toda a inteligência matemática (!) da equipe de design pra isso.

Dá para entender esse tipo de comportamento, pois quem de nós nunca ouviu o famoso “mas é só isso” no momento de apresentar algo? Contudo, não dá para aceitar.

Devemos usar o exemplo do Yahoo! para combater esse tipo de comportamento. O trabalho da equipe de design não pode ser simplesmente desenhar. Eles tem que entender do negócio, ajudar o cliente na condução da marca, na busca por encontrar seus reais valores, refletir seu posicionamento em outras frentes que não seja a identidade. E, principalmente, trazer o cliente para esse processo. Trabalharem juntos na busca da melhor solução (posso ser queimado em praça pública, durante um N Design, ao dizer isso).

Até porque, o cliente não contrata você apenas pela sua criatividade, ele contrata sua capacidade de análise, sua capacidade de entendimento, de síntese, de atendimento, de conhecimento e, principalmente, de resposta.

Se a solução é o nome em Helvetica, seu trabalho não é colocar a Helvetica dentro de um monte de linhas e círculos, mas é de guiar seu cliente pelo seu processo de análise e tomada de decisão para que ele entenda o porquê do nome escrito em Helvetica ser a solução. Se ele concorda ou não, é outra história. E se não concordar, provavelmente ele terá porquês para isso. E, se você souber conduzir a conversa e estiver ali comprometido com a marca do seu cliente e não com sua vaidade (e claro, o cliente também), vocês decidirão o que for melhor para o projeto, qua até pode ser buscar por novas alternativas. Mas tudo com direcionamento. Ou seja, buscar novas alternativas mas sabendo quais são essas alternativas, e não por trabalho especulativo, algo que também sou contra.

Enfim… o que acham disso tudo? Comentários abertos :)

Minimal Football

Posted: 13 Sep 2013 12:24 PM PDT

Aloha!

Quem me conhece sabe o quanto sou fã de esportes, principalmente futebol internacional. E algo que me fascina são os escudos dos clubes. Claro, não poderia ser diferente já que heráldica é um assunto pelo qual me interesso muito desde que conheci.

Hoje navegando no Behance encontrei um trabalho muito interessante do designer palestino Amer Amin: ele pegou os escudos de grandes clubes de futebol do mundo e simplificou cada um deles à formas básicas.

Apesar de mexer com imagens sagradas, não deixa de ser um exercício muito interessante. É a heráldica clássica (nem tão clássica em alguns casos) encontrando seu viés mais direto e simples. Bacana observar como alguns escudos ainda são tão reconhecíveis como as versões originais, e outros nem tanto.

Meus favoritos: Arsenal e Hannover 96, com aquele genial % dentro.

Postei apenas alguns. Veja a coleção completa com mais de 50 escudos aqui.