Indústria da publicidade versus bloqueadores de anúncios: uma guerra prestes a estourar (mais 1 notícias) | ![]() |
Indústria da publicidade versus bloqueadores de anúncios: uma guerra prestes a estourar Posted: 08 Sep 2015 03:37 PM PDT Em um passado não muito distante, bloqueadores de anúncios eram assunto para heavy users. Hoje, esse tipo de ferramenta faz parte do dia a dia de um número gigantesco de usuários: 198 milhões de pessoas têm algum bloqueador do tipo, segundo um levantamento feito pela PageFair (PDF) em parceria com a Adobe. É muita gente. Não é de se surpreender, portanto, que a indústria da publicidade online esteja estudando formas de reagir. Um número tão expressivo não poderia causar outro efeito: o mesmo estudo da PageFair estima que, em 2015, as companhias que trabalham com publicidade online terão custos de US$ 21,8 bilhões com os bloqueadores de anúncios. Mas o que mais preocupa é que, em 2016, esse número deverá subir para US$ 41,4 bilhões. É quase o dobro. Essa enorme diferença se deve à popularização acelerada dos bloqueadores. Para você ter ideia, o segundo trimestre de 2014 registrou 144 milhões de usuários desse tipo de ferramenta. Em apenas um ano outros 54 milhões passaram a contar com bloqueadores. Bloqueio em dispositivos móveisO cenário fica ainda mais assustador (para empresas do ramo e produtores de conteúdo que dependem de publicidade, pelo menos) se levarmos em conta que, no segmento móvel, o bloqueio de anúncios ainda está engatinhando. A versão final do iOS 9, por exemplo, promete dar abertura para a instalação de bloqueadores de anúncios no Safari, tal como já é possível fazer na versão do navegador para OS X. “A Apple vai criar um enorme apetite nos consumidores para bloquear anúncios”, afirma Sean Blanchfield, CEO da PageFair. Jason Kint, CEO da Digital Content Next, uma associação de editoras online, tem opinião semelhante: “o problema dos bloqueadores de anúncios é real e crescente, e essas ferramentas no iOS vão apenas acelerá-lo”, explica. Os temores não são desmedidos: se a prática de bloquear anúncios se popularizar no iOS, o que impedirá que o mesmo aconteça nas demais plataformas móveis? Não se sabe como, mas a reação viráNão é tarefa fácil encontrar solução para um problema tão complexo. De um lado há uma enormidade de usuários que buscam uma experiência de navegação mais segura e menos azucrinante. Do outro há uma diversidade de veículos online que dependem da publicidade online para continuar oferecendo conteúdo de graça, sem contar as agências que atuam nesse mercado. Como uma das mais importantes associações para assuntos ligados à publicidade online, a Interactive Advertising Bureau (IAB) realizou reuniões em julho e agosto com o objetivo específico de discutir o problema. Daí já é possível perceber quão séria se tornou a questão dos bloqueadores. Várias ideias pipocaram nos encontros. Algumas são bastante excêntricas, digamos assim. O presidente da WPP Group David Moore sugeriu, por exemplo, que os 100 sites mais visitados do mundo começassem, no mesmo dia, a não dar acesso a usuários que usam bloqueadores de anúncios. Mas é só uma ideia. Não há nada em andamento nesse sentido. Mesmo que houvesse, as consequências teriam que ser bem mensuradas. Qualquer medida radical pode acabar trazendo mais complicações do que soluções. Dá para tomar um problema recente com o Google como exemplo. No último final de semana, vários usuários do AdBlock Plus começaram a relatar que o Chrome “burlou” o bloqueio da ferramenta e passou a exibir anúncios no YouTube. O pior: as peças aparecem sem o botão “Pular anúncio”, obrigando o usuário a visualizar todo o comercial antes de acessar o vídeo. É claro que as reações não foram das mais amistosas. Porém, algumas horas depois dos primeiros relatos, um desenvolvedor do Chromium chamado Rob Wu informou ao Neowin que o problema é efeito de um bug, não uma forma de “vingança”. A falha deve ser corrigida na próxima atualização do Chrome. Enquanto isso, dá para resolver o problema digitando chrome://apps na barra de endereços do navegador e removendo o app do YouTube que aparecer ali. Intencional ou não, o fato é que o problema deixou no ar um clima de “o Google está me obrigando a visualizar um comercial inteiro no YouTube como punição”. Se isso já foi suficiente para gerar algum desconforto, imagine se o Google tivesse mesmo barrado oficialmente o AdBlock assim, de uma hora para outra. Para não haver precipitações, a IAB decidiu criar várias frentes de estudos para enfrentar o fenômeno dos bloqueadores. Um grupo está focado em entender os vários perfis de usuários para saber quão tolerantes eles são aos anúncios em troca de conteúdo gratuito, por exemplo. Há também pesquisas que visam melhorar as tecnologias dos anúncios para fazê-los não afetar tanto o carregamento das páginas — de certa forma, isso já acontece com a lenta, mas progressiva migração do Flash para HTML5. As razões para o uso crescente de bloqueadoresÉ importante dar atenção ao fator humano porque o AdBlock e semelhantes não se instalam ou se ativam sozinhos. Essa decisão está nas mãos do usuário, obviamente. A pesquisa da PageFair incluiu entrevistas com usuários dos Estados Unidos para descobrir as razões que os levariam a usar um bloqueador. Metade disse temer que seus dados de navegação sejam utilizados de maneira pouco ética para exibição de publicidade mais contextualizada; 41% dos usuários se aborrecem com páginas que exibem anúncios em excesso. São razões legítimas. Quem é que não se irrita com anúncios que só faltam saltar da tela de tão invasivos ou com aquela pesquisa no Google que acaba resultando em um banner que te “persegue” por uma semana? É de se esperar, por consequência, que alguma medida seja adotada com base nesses aspectos — algum tipo de acordo que libere automaticamente a exibição de anúncios em sites não abusivos, por exemplo. Mas como há questões técnicas e vários interesses por trás dessa história, pode ser que a indústria da publicidade siga por caminhos mais tradicionais, como processos judiciais mais “enérgicos” (pelos menos até agora, as ações do tipo não deram muito certo). Até mesmo o desenvolvimento de tecnologias que bloqueiam os bloqueadores está sendo cogitado. Os membros da IAB devem se reunir até o final do ano para decidir que caminho seguir. Por ora, a intenção parece ser apenas a de deixar claro que a reação virá, nem que isso tenha que se transformar em uma guerra. Com informações: Advertising Age, WSJ.com Indústria da publicidade versus bloqueadores de anúncios: uma guerra prestes a estourar ![]() |
Sites de crowdfunding continuam crescendo e faturando mais no Brasil Posted: 08 Sep 2015 08:06 AM PDT Em meio à crise econômica em que o Brasil se encontra, muitos setores, como os de smartphones e PCs, sofrem as consequências. Não é o caso com as mais famosas plataformas nacionais de financiamento coletivo, Kickante e Catarse: a arrecadação com os projetos está sendo cada vez maior. Segundo Tahiana D’Egmont, presidente da Kickante, a crise econômica e o aumento do desemprego até colaboram, ainda que indiretamente, para os sites de crowdfunding. De outubro de 2013 até o final de 2014, a Kickante possuía mil campanhas que arrecadaram, juntas, R$ 4 milhões. Em 2015, o número de projetos subiu para 8 mil e a arrecadação cresceu para R$ 10 milhões. Outro site de crowdfunding, o Catarse, também vê seus números subirem. O primeiro semestre de 2015 cresceu 23% em comparação aos primeiros seis meses de 2014. Seu fundador, Diego Reeberg, atribui esse progresso à um ciclo de confiança, uma vez que “a maioria dos projetos que entram foram por recomendação de outras pessoas que usaram a plataforma”. Ainda há outros sites que aceitam contribuição para setores específicos e eles também estão crescendo. O Juntos.com.vc, uma plataforma de financiamento coletivo de projetos sociais, arrecadou R$ 1,2 milhão no primeiro semestre do ano; desde a fundação do site, em 2012, foram R$ 3,4 milhões acumulados. O maior diferencial desse site chega a ser a exposição dos projetos e o crowdfunding sem cobrar nenhuma taxa. Há quem veja as plataformas de financiamento coletivo como uma grande oportunidade para ampliar o crescimento do empreendedorismo no Brasil. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o analista Claudio Soutto avalia que o ambiente democrático combinado com a mutação no modelo de emprego no Brasil são fatores que impulsionam o crescimento desses sites. “Daqui alguns anos, a maioria dos empregos será de pequenas empresas que prestam que serviços para outras organizações”, diz. Impulso no empreendedorismo e apoio a causasMuito populares nos Estados Unidos, os sites de crowdfunding como Kickstarter e IndieGoGo possibilitam que inovações ganhem visibilidade no mercado — não é à toa que temos a seção Financie isso aqui no Tecnoblog. Um dos exemplos é o smartwatch Pebble, o qual muitos consideram melhor que o de grandes fabricantes. Outros grandes sucessos não se limitam ao setor de tecnologia: o filme Lazer Team foi a produção cinematográfica que arrecadou a maior quantidade de dinheiro em menos tempo no IndieGoGo. Comparado com os Estados Unidos, o crescimento das plataformas de financiamento coletivo no Brasil ainda é tímido. Por lá, de 2010 a 2014, o faturamento com as campanhas cresceu de US$ 880 milhões para US$ 16,2 bilhões. Neste ano, a projeção é que os números cheguem a impressionantes US$ 34,4 bilhões. Os dados são da Massolution, uma empresa americana que presta consultoria para o setor. Um dos fatores que pode inibir o crescimento do crowdfunding no Brasil é o medo de realizar transações na internet, segundo a pesquisadora da área Monica Penido. Segundo ela, o medo que as pessoas têm de colocar as informações do cartão de crédito na internet e a falta de conhecimento da plataforma faz com que o escopo desses sites ainda seja limitado. Por aqui, as áreas de inovação e tecnologia ainda são pouco exploradas quando comparadas aos Estados Unidos, mas os setores de música, ONGs e outras áreas mais humanas, como educação e saúde, parecem prender mais a atenção do público. O jogo de tabuleiro Caçadores da Galáxia precisava arrecadar R$ 25 mil e conseguiu nada menos que 876% dessa quantia, chegando aos R$ 220 mil de faturamento no Kickante. Segundo um levantamento feito pelo Catarse, a área de música é a que mais recebeu projetos até hoje, com 748 campanhas, seguida do setor cinematográfico, que conta com 698 projetos. Em vez de investir em campanhas malucas e inovações, muitos acabam preferindo apoiar a causa de ONGs ou financiar produções criativas que acabam sendo mais próximas de virarem realidade. RegulamentaçãoDepois de quererem regular o Netflix, WhatsApp, Uber e afins, não poderia faltar um projeto de lei que visa “estabelecer diretrizes” para a atuação de empresas de financiamento coletivo no Brasil. O PL 2862/2015 é do deputado federal Otavio Leite (PSDB-RJ) e quer garantir a declaração de pelo menos 10% do montante investido em campanhas. No caso de projetos de cunho social, a dedução do investimento no IR, sendo ele de pessoa física ou jurídica, terá de ser de 50%. O projeto ainda quer evitar que sites de crowdfunding sejam processados por possíveis problemas nas campanhas, uma vez que os autores das campanhas muitas vezes são os únicos responsáveis pela execução dos projetos. Assim, há uma base jurídica para garantir (ou pelo menos tentar) que problemas não sejam mal resolvidos. “Regular, no Brasil, significa colocar amarras, mas nesse caso é preciso deixá-los o mais livre possível. Mas é justo e necessário que também existam incentivos para quem apoia os projetos que estão por lá", segundo o deputado. Sites de crowdfunding continuam crescendo e faturando mais no Brasil ![]() |
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